Esta edição brasileira, organizada, traduzida e prefaciada por Maurício Santana Dias, traz pela primeira vez uma reunião das quarenta novelas de Pirandello que estiveram na origem de textos dramatúrgicos famosíssimos como Seis personagens em busca de autor, Assim é (se lhe parece), O homem da flor na boca e tantos outros.
Esta edição brasileira, organizada, traduzida e prefaciada por Maurício Santana Dias, traz pela primeira vez uma reunião das quarenta novelas de Pirandello que estiveram na origem de textos dramatúrgicos famosíssimos como Seis personagens em busca de autor, Assim é (se lhe parece), O homem da flor na boca e tantos outros.
Muito antes de se firmar como um dos mais importantes e inovadores dramaturgos do século XX, Luigi Pirandello construiu sua reputação de escritor sobretudo a partir da divulgação de narrativas curtas, publicadas em vários jornais e revistas italianos desde o final dos anos 1880 até as vésperas de sua morte. Desse imenso conjunto de narrativas, que na década de 1920 o próprio autor passou a organizar sob o título de Novelas para um ano, muitas serviram como uma espécie de matriz ou de "laboratório" para o conjunto da obra, reaparecendo em romances, peças teatrais, ensaios e poesias.
Seis personagens, por exemplo, encenada pela primeira vez em 1921, foi o resultado da fusão de três contos - "Personagens", "Conversas com personagens" e "A tragédia de um personagem" -, que o escritor siciliano começou a redigir e a publicar mais de dez anos antes.
O volume está organizado de tal modo que o leitor poderá escolher vários percursos a trilhar no bosque da ficção pirandelliana: pode simplesmente ir passando de um conto a outro, sem se preocupar com o conjunto da paisagem, ou pode se deter e apreciar a gênese de uma determinada peça, concentrada em um núcleo de textos, ou, às vezes, numa só narrativa, como é o caso do ato único O homem da flor na boca, germinado do conto "Com a morte em cima".
A galeria de figuras, tipos e situações que esta edição dá a ver é, simultaneamente, uma síntese maior da obra de Pirandello e a expressão mais acabada da vida - e da história humana - como farsa trágica.