O último romance de Luigi Pirandello, conhecido por revolucionar a literatura italiana do século XX, apresenta uma crise identitária profunda do sujeito moderno e reflete sobre qual é a essência do que nos define como seres humanos únicos. O livro foi publicado logo antes de Pirandello receber o prêmio Nobel de literatura.
O último romance de Luigi Pirandello, conhecido por revolucionar a literatura italiana do século XX, apresenta uma crise identitária profunda do sujeito moderno e reflete sobre qual é a essência do que nos define como seres humanos únicos. O livro foi publicado logo antes de Pirandello receber o prêmio Nobel de literatura.
Vitangelo Moscarda, filho de um banqueiro, tem sua vida pacata perturbada por uma simples observação da esposa: seu nariz parece um pouco caído à direita. Esse comentário leva o protagonista a refletir que cada pessoa nos enxerga de uma forma diferente, e quem pensamos ser talvez não passe de uma ilusão criada para nós mesmos.
A ferida desta crise identitária, anunciada desde o começo do romance, logo se converte em um abismo vertiginoso, ao passo que Vitangelo busca dinamitar sua persona pública de usurário e fundar uma nova identidade para si, numa jornada tanto de autodescoberta quanto de autodestruição. Luigi Pirandello -- autor da brilhante peça metalinguística Seis personagens em busca de um autor -- nos conduz com maestria por esse percurso labiríntico em um romance filosófico que questiona os pilares mais básicos do que significa ser humano na modernidade avassaladora da vida na cidade.