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/ À vistaNarrativa que transcorre a partir do mistério escondido na vida de cada um de nós, A memória de nossas memórias conduz o leitor por emaranhados fios que apenas a reconstrução do passado é capaz de esclarecer.
Narrativa que transcorre a partir do mistério escondido na vida de cada um de nós, A memória de nossas memórias conduz o leitor por emaranhados fios que apenas a reconstrução do passado é capaz de esclarecer.
Neste terceiro romance da jovem escritora americana Nicole Krauss, uma escrivaninha tem o poder de quase obliterar a vida de quem a possui. É a partir dela que as histórias de personagens tão diversos entre si formam, aos poucos, um poderoso ensaio sobre memória e esquecimento, esperança e remorso, passado e futuro.
Há a narrativa da reclusa autora nova-iorquina que herda o móvel de Daniel Varsky, um jovem poeta chileno torturado e morto durante a tenebrosa ditadura de Augusto Pinochet. Do outro lado do Atlântico, em Londres, o viúvo de outra escritora cujo passado ela faz questão de esquecer, aos poucos se encaminha na direção de uma descoberta cujos efeitos lancinantes serão difíceis de mensurar em sua própria vida. E em Jerusalém, um antiquário que sobreviveu à sanha genocida dos nazistas passa boa parte do seu tempo tentando reconstruir, por meio de objetos coletados nos quatro cantos do mundo, o idílio de uma vida familiar há muito desaparecida.
O resultado é um painel narrado com elegância e empatia por meio de personagens que vão descortinando aspectos inesperados de seu próprio percurso. Ficção eminentemente contemporânea, em que a presença de autores como o alemão W. G. Sebald e o chileno Roberto Bolaño pode ser antevista por meio de situações e personagens, mas em nenhum momento abrindo mão da originalidade de uma escrita ao mesmo tempo íntima e épica, A memória de nossas memórias é, acima de tudo, uma profunda reflexão sobre o que deixamos para trás ao longo da vida.
"Krauss compreende, de forma excepcional para uma escritora tão jovem, as variedades de sofrimento humano, fazendo a experiência de seus personagens ressoarem em nós..." - Ann Harleman, The Boston Globe