Segundo romance de Orhan Pamuk, A casa do silêncio narra um encontro de gerações numa Turquia em tumulto durante os anos da Guerra Fria.
Segundo romance de Orhan Pamuk, A casa do silêncio narra um encontro de gerações numa Turquia em tumulto durante os anos da Guerra Fria.
Numa mansão decadente de uma vila de pescadores na costa da Turquia, a viúva Fatma espera pela visita anual de seus netos: Faruk, um historiador disperso; sua irmã sensível e esquerdista, Nilgün; e Metin, um colegial deslumbrado que sonha conquistar o mesmo padrão de consumo de seus colegas abastados e ir morar nos Estados Unidos.
Acamada, Fatma é assistida pelo sempre solícito Recep, um anão - e filho ilegítimo de seu falecido marido. Ambos dividem memórias - e dores - do passado. Mas a chegada do sobrinho de Recep, Hasan, um inveterado nacionalista de direita, ameaça jogar a família no cataclismo político que emerge da longa batalha da Turquia em busca da modernidade.
Publicado pela primeira vez no início dos anos 1980, o romance reflete a turbulência política do país, governado entre 1980 e 1983 pelas Forças Armadas, e naquele momento peça decisiva no tabuleiro da Guerra Fria, tema que atravessa a narrativa de ponta a ponta.
Repleto de passagens comoventes, hilariantes e por vezes amedrontadoras, A casa do silêncio pulsa com o entusiasmo próprio de um trabalho de juventude, ao mesmo tempo em que traz provas evidentes do talento e maturidade que anos mais tarde seriam reconhecidos em todo o mundo e valeriam a Pamuk o prêmio Nobel.