Em três discursos - incluindo o da cerimônia do prêmio Nobel de literatura -, Orhan Pamuk fala do papel do escritor na atualidade e investiga seu processo criativo em busca de uma chave que explique a literatura e o fascínio que ela exerce.
Em três discursos - incluindo o da cerimônia do prêmio Nobel de literatura -, Orhan Pamuk fala do papel do escritor na atualidade e investiga seu processo criativo em busca de uma chave que explique a literatura e o fascínio que ela exerce.
A maleta do meu pai reúne os discursos proferidos por Orhan Pamuk por ocasião do recebimento dos prêmios Nobel (2006) e Friedenspreis (2005) e na Conferência Puterbaugh (2006). Três relatos apaixonados de uma visão aguda, intimista e ao mesmo tempo absolutamente real do processo de criação do texto literário, da condição de escritor e do significado da arte.
No primeiro discurso, que Pamuk escreveu para a solenidade de entrega do prêmio Nobel, essa visão é enriquecida pelas lembranças de sua relação com o pai, o terreno onde se ergueram as primeiras pontes para a literatura, ainda que a consciência da força dessa influência só tenha se realizado muito mais tarde.
Nesse como nos dois outros discursos, Pamuk expõe o caminho que percorreu na literatura e no mundo: do sentimento de exclusão e da ânsia de se sentir aceito e integrado pelo "outro" à aceitação do próprio universo com todas as suas limitações como o centro irradiador de sua vida, de seu talento e da marca única que ele imprime no mundo.
As palavras do autor aqui reunidas compõem um delicado testemunho da matéria viva de que é feita a escrita, e por extensão a arte - expressão luminosa daquilo que é universalmente mais íntimo, mais fundo e mais escuro no ser humano.