A partir das memórias familiares e da figura do próprio pai, Mia Couto tece este belo romance que transita entre a Moçambique pré e pós-independência.
A partir das memórias familiares e da figura do próprio pai, Mia Couto tece este belo romance que transita entre a Moçambique pré e pós-independência.
Diogo Santiago é um intelectual moçambicano respeitado e de muito prestígio. Professor universitário em Maputo e poeta, ele volta pela primeira vez em anos à Beira, sua cidade natal, às vésperas do ciclone que a arrasou em 2019, para receber uma homenagem de seus conterrâneos.
Mas o regresso à Beira é também o regresso a um passado longínquo, à sua infância e juventude, quando Moçambique ainda era uma colônia portuguesa. Menino branco, ele é filho de um pai jornalista e poeta, e de uma mãe absolutamente prática e com os pés no chão. Do pai, recorda das viagens que fez com ele ao local de terríveis massacres cometidos pela tropa colonial, da perseguição e prisão pela polícia política, a Pide, e, sobretudo, de seu amor pela poesia. Entre vivos e mortos, Santiago revisita os personagens que fizeram parte de sua história.