Dois dramas marcaram de forma definitiva a vida de um juiz: um casamento sem filhos e o fato de ele ter condenado Luciano, réu processado pelo estupro de uma criança. Aproximadas pouco a pouco, essas duas histórias formam um enredo brutal de violência psicológica e impasse afetivo. Estréia de Michel Laub como romancista.
Dois dramas marcaram de forma definitiva a vida de um juiz: um casamento sem filhos e o fato de ele ter condenado Luciano, réu processado pelo estupro de uma criança. Aproximadas pouco a pouco, essas duas histórias formam um enredo brutal de violência psicológica e impasse afetivo. Estréia de Michel Laub como romancista.
Dois dramas marcaram de forma definitiva a trajetória de um juiz: o fato de que sua mulher não conseguiu ter filhos e a sentença que assinou condenando Luciano, réu processado pelo estupro de uma criança durante uma festa de aniversário. As circunstâncias que pouco a pouco aproximam essas histórias, até que elas se revelem integrantes da mesma trama, são a matéria do primeiro romance de Michel Laub, autor extremamente sensível às exigências do ritmo narrativo e às sutilezas dos conflitos íntimos.O protagonista se dispõe a um duro exercício de reconstituição do passado, contando a relação tumultuada que teve com o pai, a mãe e o irmão, e chega a um diagnóstico resignado do presente, em que se vê preso a um casamento desgastado pelas circunstâncias, sem nenhum futuro visível. Ao mesmo tempo, de fiapos do discurso de testemunhas surge a tragédia de Luciano, psicopata atormentado por um trauma fundador na infância e algoz implacável na adolescência e na idade adulta.Até a solução sob certo aspecto surpreendente de suas últimas linhas, Música anterior pode ser lido como uma história brutal de violência psicológica e impasse afetivo, mas também como um manifesto enfurecido (e às vezes otimista) sobre temas fundamentais como livre-arbítrio e destino, acidente e fatalidade.