As mais de duzentas cartas escritas e recebidas por Vinicius de Moraes durante quase cinqüenta anos, entre 1932 e 1980, revelam o homem por trás do artista. Entre destinatários e remetentes estão parentes - principalmente a mãe e as irmãs - e amigos, como Bandeira, Drummond, João Cabral, Tom Jobim, Rubem Braga, Otto Lara Resende e Chico Buarque, entre outros.
As mais de duzentas cartas escritas e recebidas por Vinicius de Moraes durante quase cinqüenta anos, entre 1932 e 1980, revelam o homem por trás do artista. Entre destinatários e remetentes estão parentes - principalmente a mãe e as irmãs - e amigos, como Bandeira, Drummond, João Cabral, Tom Jobim, Rubem Braga, Otto Lara Resende e Chico Buarque, entre outros.
Querido poeta reúne mais de duzentas cartas e bilhetes escritos ou recebidos por Vinicius de Moraes (1913-1980), em quase cinqüenta anos, entre 1932 e 1980. Organizada cronologicamente, a correspondência permite acompanhar a vida familiar, as relações amorosas de Vinicius e a transição empreendida por ele da poesia para a música popular. O diálogo com colegas do Itamaraty ilustra aspectos da carreira diplomática e das idéias políticas do poeta.O livro não traz a correspondência completa de Vinicius, mas faz um levantamento extenso a partir do material guardado pela família e depositado na Fundação Casa de Rui Barbosa desde sua morte, enriquecido ainda pela contribuição de amigos e das famílias desses amigos, muitos já falecidos. Entre remententes e destinatários estão brasileiros e estrangeiros: Manuel Bandeira, Cândido Portinari, Mário de Andrade, Augusto Frederico Schmidt, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Mello Neto, Otto Lara Resende, Antonio Maria, Sergio Buarque de Hollanda, Rubem Braga, Charles Chaplin, Orson Welles, Elizabeth Bishop, Norma Bengell, Carlos Heitor Cony, Carlos Lyra, Ferreira Gullar, Chico Buarque e Antonio Carlos Jobim.Leia a seguir um trecho da apresentação do livro, em que Ruy Castro discute a idéia consagrada de que o compositor teve uma vida de prazeres e ressalta a condição contraditória do homem por trás do poeta:"Vinicius levou mesmo uma vida invejável - e uma 'vida de poeta' -, mas por outro motivo que as cartas deixam bem claro: pela coragem de atirar-se à vida, rever posições, acreditar em idéias, suportar perdas e, literalmente, distribuir amor. A facilidade com que se apaixonava e a ênfase com que se doava a uma paixão só tinham paralelo na paixão seguinte - que vinha substituir a anterior com a mesma força e a mesma entrega. [...] Vinicius criava em torno de si um cinturão de afeto que aprisionava e contagiava seus próximos. Aqui se vai descobrir o Vinicius pai, o Vinicius filho, o Vinicius irmão. [...] Assim como o dinheiro ou a falta deste era para ele apenas um estorvo, a coragem para doar-se (a uma mulher, a um projeto, a uma causa) era o que o movia. Ter coragem significa também ter medo, e, em várias passagens, pode-se flagrar Vinicius inseguro, frágil, quase impotente diante de uma situação. É o herói reduzido à sua mais humana condição." Ruy Castro