Uma das obras mais originais do modernismo europeu, Ferdydurke, publicado pela primeira vez em 1937, ganha sua primeira edição em língua portuguesa, traduzida diretamente do polonês, com prefácio de Susan Sontag.
Uma das obras mais originais do modernismo europeu, Ferdydurke, publicado pela primeira vez em 1937, ganha sua primeira edição em língua portuguesa, traduzida diretamente do polonês, com prefácio de Susan Sontag.
Publicado em 1937 e recebido com espanto pela crítica da época, Ferdydurke continua desafiando os leitores. Com estrutura narrativa pouco usual, marcada por uma linguagem semelhante à dos sonhos, o livro conta a história de um escritor de trinta anos que é subitamente levado a um colégio, onde é tratado como mais um dos adolescentes. Depois de armar uma emboscada ao professor que o "seqüestrou" de volta a seus tempos de moleque, atraindo o sessentão para o quarto de uma colegial de quinze anos, Józio, o protagonista, foge. Como um D. Quixote, ele participa de outras aventuras errantes, que envolvem o esbofeteamento de empregados, um mendigo barbudo com um arbusto nos dentes e o amor entre um garoto e um camponês.
Primeiro romance de Gombrowicz, Ferdydurke foi o único publicado por ele em sua Polônia natal. Convidado para ir de navio até Buenos Aires, em 1939, foi surpreendido pela eclosão da Segunda Guerra assim que chegou à Argentina. Impedido de voltar, passou ali os 24 anos seguintes, a maior parte do tempo em extrema pobreza. O reconhecimento crítico só veio nos anos 60, já de volta à Europa, quando teve seus principais romances publicados na França, entre eles Pornografia (1960) e Cosmos (1965), que em breve serão lançados pela Companhia das Letras. Precursor do existencialismo francês, Ferdydurke recebeu grandes elogios de escritores como Milan Kundera, Ernesto Sabato e John Updike.
"Extravagante, brilhante, perturbador, audaz, engraçado... maravilhoso" - Susan Sontag