Neste livro que o autor considera "o mais íntimo e pessoal" que já escreveu, o argentino Ricardo Piglia explora a natureza da leitura literária. Num arco histórico que vai de D. Quixote a Che Guevara, os ensaios brilhantes e nada convencionais de O último leitor falam de grandes leitores, reais e ficcionais, para mostrar que a literatura ocupa um lugar central na experiência humana.
Neste livro que o autor considera "o mais íntimo e pessoal" que já escreveu, o argentino Ricardo Piglia explora a natureza da leitura literária. Num arco histórico que vai de D. Quixote a Che Guevara, os ensaios brilhantes e nada convencionais de O último leitor falam de grandes leitores, reais e ficcionais, para mostrar que a literatura ocupa um lugar central na experiência humana.
Como Jorge Luis Borges, o escritor argentino Ricardo Piglia é avesso às fronteiras tradicionais entre os gêneros literários e, sobretudo, à fronteira convencional entre ficção e não-ficção. Romancista, prima por mesclar um andamento crítico e inquisitivo à trama de relatos como Respiração artificial e Nome falso. Ensaísta arguto, não hesita em entrelaçar a experiência pessoal - de toda ordem, mesmo política - às mais finas percepções literárias.
Nos seis ensaios que compõem O último leitor, Piglia identifica várias modalidades de leitura na tradição literária ocidental. Não se trata de uma história sistemática da leitura, mas de um percurso personalíssimo por situações de leitura encenadas em textos centrais ou marginais da literatura, de D. Quixote a Madame Bovary, das Ficções de Borges ao Ulisses de Joyce, passando por uma galeria fascinante de "últimos leitores", isto é, leitores viscerais, que empenham todo o seu ser na decifração da palavra escrita e, por meio desta, do próprio destino: Gramsci numa prisão fascista e Robinson Crusoé numa ilha deserta, Anna Kariênina num trem para Moscou ou Che Guevara em cima de uma árvore, no auge da guerrilha boliviana, lendo um livro.