Um dos maiores escritores contemporâneos, Ricardo Piglia volta à ficção com este romance noir ambientado no pampa argentino. O jornalista Emilio Renzi, já conhecido de outros livros de Piglia, investiga o assassinato do misterioso Tony Durán. A investigação policial é o ponto de partida para um retrato das contradições da vida rural argentina dos anos 1970.
Companhia das Letras
Antologia da literatura fantástica
Jorge Luis Borges, Adolfo Bioy Casares e Silvina OcampoR$ 129,90
Um dos maiores escritores contemporâneos, Ricardo Piglia volta à ficção com este romance noir ambientado no pampa argentino. O jornalista Emilio Renzi, já conhecido de outros livros de Piglia, investiga o assassinato do misterioso Tony Durán. A investigação policial é o ponto de partida para um retrato das contradições da vida rural argentina dos anos 1970.
Recebido com entusiasmo pela crítica, poucos meses depois de publicado, o romance Alvo noturno recebeu o importante prêmio literário venezuelano Rómulo Gallegos.
Trata-se, por assim dizer, de um romance policial-social. A ação, que se passa num povoado do pampa argentino nos anos da ditadura militar - de que ficou a herança traumática com que o país se debate até hoje -, ilumina com a agudeza característica de Piglia a organização corrompida da sociedade rural, caracterizada pela autoridade inconteste dos que mandam, pela impunidade de seus crimes e pela perversidade das relações pessoais.
A trama gira ao redor de Tony Durán, porto-riquenho de Nova Jersey. A razão da ida daquele moreno elegante, sedutor, de passado duvidoso, para o lugarejo argentino é obscura: dizem que mantinha um caso amoroso com as gêmeas Belladona, as belas Ada e Sofía, filhas do mandachuva local. Outras hipóteses falam em especulação, lavagem de dinheiro, e até um rumoroso caso homossexual. Assunto predileto do povoado, um dia Tony aparece morto em seu quarto de hotel. A investigação desnudará pouco a pouco uma sociedade paralisada pela lógica da violência e do poder.
Enviado por seu jornal, Emilio Renzi chega de Buenos Aires para escrever a matéria - que o jornalista pretende transformar num amplo painel social. Para isso, ao lado do comissário Croce, investiga as arqueologias familiares e desconstrói os papéis dos protagonistas: ora seres destruidores, ora indivíduos inermes diante do poderio do sistema validado pelo Estado: uma sociedade em que é impossível sonhar, como evidencia o destino de Luca Belladona, que pagará sua resistência e sua utopia com a solidão extrema.