Com mão delicada e precisa, circulando entre vários narradores, tempos e espaços, Cees Nooteboom, um dos maiores escritores holandeses em atividade, cria uma bela fábula de encontros e desencontros, pontuada de aventuras amorosas e existenciais.
Com mão delicada e precisa, circulando entre vários narradores, tempos e espaços, Cees Nooteboom, um dos maiores escritores holandeses em atividade, cria uma bela fábula de encontros e desencontros, pontuada de aventuras amorosas e existenciais.
Alma e Almut são brasileiras, jovens e bonitas. Netas de alemães, historiadoras da arte, viajadas, vivem no conforto dos Jardins, em São Paulo, até Alma ser estuprada nas imediações de uma favela. As duas amigas resolvem, então, buscar outros ares num país que sempre as deslumbrara: Austrália.
Ali, as duas pretendem entrar em contato com a cosmogonia e a cultura milenar do país. Porém, enquanto Alma, a mais espiritual, busca "exorcizar um demônio", sua amiga Almut se ocupa em levantar algum dinheiro trabalhando. Depois que Alma se envolve num rápido affaire com um inescrutável pintor aborígene, as duas amigas partem para a cidade de Perth, onde arranjam trabalho vestidas de anjos em uma performance artística durante um festival, episódio inspirado num fato real.
Da Austrália, a trama, habilmente construída com avanços e recuos no tempo e no espaço, deságua em Amsterdã, onde encontraremos Erik Zondag, um amargo, cético e divertido crítico literário. De partida para um spa na Áustria, onde tentará perder peso e se curar de um insidioso alcoolismo, ele não imagina que o acaso o levará a um reencontro com o passado.
Cees Nooteboom, "um dos maiores romancistas modernos", na opinião da escritora e crítica inglesa A. S. Byatt, e certamente um dos mais importantes autores da Holanda, faz jus, em Paraíso perdido, à reputação que tem de "estilista cuidadoso da prosa, com notável inclinação filosófica", nas palavras do Nobel de literatura J. M. Coetzee.
"Hipnótico. [...] Os personagens de Nooteboom são cativantes, seu diálogo é cheio de humor e sua narrativa transborda de reflexões sobre identidade e redenção." - The Washington Post