Investigação jornalística sobre a terceirização do aparato militar norte-americano, Blackwater discute em que medida o emprego maciço de mercenários pode representar uma ameaça à democracia norte-americana.
Investigação jornalística sobre a terceirização do aparato militar norte-americano, Blackwater discute em que medida o emprego maciço de mercenários pode representar uma ameaça à democracia norte-americana.
O uso de mercenários em conflitos bélicos não é novidade. Diferente no cenário da guerra no Iraque é a meteórica ascensão de uma companhia que, sob o comando de um radical cristão de extrema-direita, transformou-se de mero campo privado de treinamento militar em um colosso com 600 milhões de dólares somente em contratos oficiais com o governo dos Estados Unidos. A Blackwater USA assumiu essa privilegiada posição em menos de uma década.
Seu formidável crescimento coincidiu com a chegada ao poder da direita cristã, e seus negócios ganharam considerável impulso com os atentados de 11 de setembro de 2001 e com a chamada "guerra ao terror". Mas a Blackwater não atua apenas em território iraquiano, hoje ela opera em nove países. Seus agentes não são civis nem militares. Nessa espécie de limbo legal, a empresa não pode ser processada por eventuais crimes, seja pela justiça comum ou pela militar: está acima da lei. Com recursos e equipamentos suficientes para derrubar governos, companhias como a Blackwater representam uma ameaça real à democracia norte-americana e mundial. Essa é a principal advertência contida na extensa e rigorosa investigação jornalística levada a cabo por Jeremy Scahill, cujo livro esteve entre os títulos mais vendidos do ano de 2007, segundo o New York Times.
"O livro mais importante e assustador sobre a agonia da democracia americana [...], e um triunfo do jornalismo investigativo." - Naomi Klein, autora de No logo.