Em catorze breves obras-primas, James Salter espreita seus personagens no auge da vulnerabilidade, quando muitos deles se dão conta de que alguma coisa de suas vidas parece ter ficado para trás.
Em catorze breves obras-primas, James Salter espreita seus personagens no auge da vulnerabilidade, quando muitos deles se dão conta de que alguma coisa de suas vidas parece ter ficado para trás.
Quando lançou seu primeiro livro, James Salter era um perfeito outsider no mundo literário norte-americano: militar de carreira, ganhara fama de ás da aviação na Guerra da Coréia. Pouco mais de meio século depois, o escritor nova-iorquino, dono de um estilo sem concessões sentimentais ou pós-modernas, coroa sua obra concisa com as histórias de Última noite, retiradas de seus livros Last night (2005) e Dusk (1988, prêmio PEN/Faulkner).
Se os heróis dos primeiros livros de Salter pareciam mergulhados na ação, aqui, seus protagonistas envelheceram, chegaram à maturidade e, com ela, à revelação súbita de que toda aventura ficou para trás.
Em contos como "Os olhos das estrelas", "Bangcoc" ou "Palm Court", os personagens são gente madura, bem-sucedida, obrigada a encarar as falhas no cristal polido de sua vida. Em "Platina" ou no tremendo "Akhnilo", são homens promissores às voltas com o fracasso e o esgotamento. Essa explosão em surdina, que o narrador captura agora como antes capturava cada relance da ação, dá forma aos contos deste livro. A aventura transformou-se em memória, e toda tentativa de escapar a esse limite só pode terminar em catástrofe, como ensina "Última noite", conto que dá título a este volume inesquecível.
"A vida é uma confusão imprevisível, e ninguém retrata essa confusão melhor do que James Salter." - The New York Times Book Review