Neste livro de contos, publicado pela primeira vez em 1970, o que mais chama a atenção é o domínio da narrativa, cuja forma breve e despojada se apóia em lacônicos detalhes de composição de grande poder sugestivo.
Neste livro de contos, publicado pela primeira vez em 1970, o que mais chama a atenção é o domínio da narrativa, cuja forma breve e despojada se apóia em lacônicos detalhes de composição de grande poder sugestivo.
Este livro de contos, publicado pela primeira vez em 1970, começa por um delicioso prólogo em que um narrador experiente justifica, com alguma ironia, seu modo de contar histórias diretas, realistas e aparentemente simples, pela imitação da arte do jovem Kipling. Na verdade, desde "A intrusa", obra-prima de concisão e complexidade, até o conto final que dá nome ao conjunto, passando pelo admirável "O Evangelho segundo São Marcos", o que mais chama a atenção é o domínio da narrativa, cuja forma breve e despojada depende de lacônicos detalhes de composição de grande poder sugestivo. O duelo de facas ou de mentes pode não ser apenas o motivo central de muitas das histórias, mas o móvel da tensão interna que nos mantém presos à trama e nos desperta para um emaranhado de mais longo alcance. É assim que uma fresta fantástica visita às vezes alguns dos relatos, demonstrando que, mesmo nos resumos drásticos de fatos triviais, a imaginação é capaz de ampliar os limites do conhecimento e criar o desconcerto, para o prazer do leitor.