Teresa Aguilera, de volta da viagem de lua-de-mel, vai almoçar na casa da família. Durante o almoço, se levanta, vai até o banheiro e se mata, disparando no peito com a pistola do pai. O que a teria levado a essa atitude extrema, que o narrador do romance, Juan, filho da irmã dela com seu viúvo, Ranz, "não quis saber, mas soube"?
Teresa Aguilera, de volta da viagem de lua-de-mel, vai almoçar na casa da família. Durante o almoço, se levanta, vai até o banheiro e se mata, disparando no peito com a pistola do pai. O que a teria levado a essa atitude extrema, que o narrador do romance, Juan, filho da irmã dela com seu viúvo, Ranz, "não quis saber, mas soube"?
Juan é intérprete e tradutor, como Luisa, com quem acabou de casar. Ouvir e contar é o seu ofício. Ouvir, para ele, é quase uma obsessão, como uma forma de fazer existir o que acontece. Mas devemos contar sempre o que ouvimos? Não é melhor, às vezes, calar, guardar segredo, para que o passado não permaneça presente? E não é melhor, às vezes, não ouvir, para não saber e, assim, nos proteger?
Foi ouvindo sem querer que ele descobriu que sua tia não morrera de morte natural, mas se suicidara. E que, antes dela, outra esposa de seu pai, cuja existência até então ignorava, também morrera tragicamente. Ouvir essas revelações não buscadas agravou o mal-estar que Juan sentia desde o dia de seu casamento com Luisa, desde que seu pai, durante a recepção no Cassino, chamou-o para uma conversa reservada e pronunciou a palavra fatal, segredo: "Quando você tiver segredos ou se já os tiver, não os conte. Boa sorte".