Enquanto espera a chegada da mulher que poderá mudar sua vida, um homem compra cigarros. No verso do maço, a imagem da campanha antifumo é a de um recém-nascido à morte. Este é o estranho tarô de O natimorto, um romance que mistura teatro e poesia para tratar da solidão e do desamparo da vida contemporânea.
Enquanto espera a chegada da mulher que poderá mudar sua vida, um homem compra cigarros. No verso do maço, a imagem da campanha antifumo é a de um recém-nascido à morte. Este é o estranho tarô de O natimorto, um romance que mistura teatro e poesia para tratar da solidão e do desamparo da vida contemporânea.
Em O natimorto, publicado originalmente em 2004, a narrativa em primeira pessoa, entremeada por diálogos que lembram uma peça de teatro, atira o leitor no abismo da consciência de um homem em crise, que interpreta as fotografias antifumo dos maços de cigarros como se fossem cartas de tarô.
Um casamento infeliz, a impotência sexual e a obsessão por pureza levam o protagonista a buscar uma mudança de vida radical. A oportunidade surge quando ele encontra uma cantora cuja voz é tão pura que ninguém escuta e inicia com ela um relacionamento feito de carinho e incerteza, sedução e dependência.
Ele está disposto a se trancar para sempre num quarto de hotel com a mulher que ele mal conhece; mas ela ainda aspira a seguir uma carreira no mundo impuro ao qual ele decidiu renunciar.
O livro O natimorto foi adaptado para o cinema por Paulo Machline, com Mutarelli e Simone Spoladore no papel do casal.