Um dos principais historiadores contemporâneos, Carlo Ginzburg analisa atitudes sociais de uma comunidade camponesa condenada pela Inquisição por práticas religiosas pouco ortodoxas, ligadas à fecundidade agrícola e a crenças no além.
Um dos principais historiadores contemporâneos, Carlo Ginzburg analisa atitudes sociais de uma comunidade camponesa condenada pela Inquisição por práticas religiosas pouco ortodoxas, ligadas à fecundidade agrícola e a crenças no além.
Um dos maiores historiadores contemporâneos, Carlo Ginzburg reconstitui um fato até então ignorado e que joga nova luz sobre a questão da feitiçaria. Os "andarilhos do bem" (benandanti) - como são chamados no Friuli, entre o final do século XVI e a primeira metade do XVII, os praticantes de um culto da fertilidade - apresentam-se, num primeiro momento, como defensores das colheitas contra bruxas e feiticeiros, a quem, em sonho ou durante um delírio semionírico, combatem com ramos de erva-doce nas mãos. Caso vençam, as colheitas de trigo ou de uva serão soberbas no ano seguinte; perdendo, o resultado será a fome. Descobridor de uma religiosidade não cristã, ligada à fecundidade agrícola e às crenças perigosas no além, Carlo Ginzburg demonstra neste livro magistral que a erudição mais escrupulosa muitas vezes tem afinidades estreitas com o fantástico.