Erico Verissimo constrói com delicadeza exemplar a personalidade de Joana, a menina francesa do século XV que ouvia vozes de santos e que transgrediu as convenções de seu tempo e de seu gênero vestindo-se de homem, lutando entre os soldados e defendendo seu rei.
Erico Verissimo constrói com delicadeza exemplar a personalidade de Joana, a menina francesa do século XV que ouvia vozes de santos e que transgrediu as convenções de seu tempo e de seu gênero vestindo-se de homem, lutando entre os soldados e defendendo seu rei.
Erico Verissimo publica A vida de Joana d'Arc em 1935, alguns anos depois de mudar-se do interior do estado para Porto Alegre. Desde a publicação de Clarissa, em 1932, o jovem de Cruz Alta já conquistara algum renome como escritor. O livro é a primeira das doze obras dedicadas ao público infantojuvenil que escreveria ao longo da vida.
A linguagem utilizada por Verissimo para contar a história da menina de Domrémy deixa bem evidente o carinho do escritor para com seu personagem, a jovem de dezessete anos ao mesmo tempo forte e frágil, crédula e determinada que realizou o feito quase incompreensível de liderar um exército para defender seu rei.
A história da curta vida de Joana d'Arc - queimada na fogueira como feiticeira aos dezenove anos pelos ingleses - é o ensejo para explicar aos leitores um período complexo da história da França: o da chamada Guerra dos Cem Anos. Tendo Joana d'Arc como foco da narrativa, Verissimo pinta um painel político e histórico capaz de fornecer a seus leitores uma noção bastante clara do período.