Entre tragédias da história e comédias da vida cotidiana, Erico Verissimo cria um embaixador num país imaginário no mar do Caribe para questionar o sentido das revoluções e golpes militares nos países latino-americanos, debater o papel do intelectual em meio aos conflitos e defender a luta por princípios e o horror à violência.
Entre tragédias da história e comédias da vida cotidiana, Erico Verissimo cria um embaixador num país imaginário no mar do Caribe para questionar o sentido das revoluções e golpes militares nos países latino-americanos, debater o papel do intelectual em meio aos conflitos e defender a luta por princípios e o horror à violência.
Na pequena ilha de Sacramento, república imaginária no Caribe, explode uma revolução. Don Gabriel Heliodoro Alvarado, embaixador em Washington e compadre do tirano, volta ao país natal para defender seu amigo contra as forças rebeldes. Mas os guerrilheiros comunistas triunfam e prendem o Senhor Embaixador, figura que é a expressão do típico caudilho.
Primeiro livro de Erico Verissimo após a consagrada trilogia O tempo e o vento, o romance O senhor embaixador é um retrato crítico e mordaz dos problemas políticos que assolam a América Latina. Concebido sob o impacto da Revolução Cubana e publicado um ano após o golpe de 1964, o livro foi um marco da resistência do escritor gaúcho.
Segundo palavras do autor, esta obra "me oferecia a oportunidade de estudar a estrutura política, econômica e social dessas republiquetas da América Central e do Sul e suas relações com o irmão maior e mais rico, os Estados Unidos. O romance se prestaria também para mexer com um problema que sempre me preocupou: a participação do intelectual na política militante e, mais especificamente, numa revolução de caráter violento".
Mas, além de um protesto contra revoluções sórdidas e insensatas, esta obra é também, essencialmente, um estudo da natureza humana, do homem como um ser em permanente estado de tensão.