Numa obra complexa, ligando os enigmas da vida aos mistérios da morte, o consagrado escritor gaúcho faz a radiografia da sociedade porto-alegrense dos anos 1940 a partir da aparente sem-razão de um acontecimento trágico.
Numa obra complexa, ligando os enigmas da vida aos mistérios da morte, o consagrado escritor gaúcho faz a radiografia da sociedade porto-alegrense dos anos 1940 a partir da aparente sem-razão de um acontecimento trágico.
No outono de 1941, Erico Verissimo testemunha a morte de uma "rapariga loura, alva e franzina" que se joga de um prédio no centro de Porto Alegre. O desassossego por ter presenciado essa cena o leva a escrever O resto é silêncio, que inicia justamente com a queda de uma moça do alto de um espigão da capital gaúcha. A história, narrada a partir de diferentes perspectivas, transcorre em pouco mais de 24 horas, entre a tarde da sexta-feira da Paixão e a noite do sábado de Aleluia. O destino da moça, que no enredo imaginado pelo escritor é uma simples vendedora de um grande magazine, revela-se o ponto de ligação entre as trajetórias dos diversos personagens.
Neste romance, considerado a ponte artística para a saga O tempo e o vento, Erico atinge não só a mestria na técnica do contraponto dramático - aprendida com o romancista inglês Aldous Huxley - como também a maturidade na composição dos personagens. O resultado é um texto denso e comovente, profundamente afinado com as preocupações sociais e estéticas do autor e com os sombrios sinais de desastre que percorriam o mundo na esteira da Segunda Guerra Mundial.