Para o garoto Getúlio, a vida é um aflitivo acampamento escolar onde fato e consequência não têm clara relação entre si. Depreciado pelos colegas e professores, ele encontra um aliado geriátrico e, juntos, descobrem uma forma engenhosa de comandar o caos.
Para o garoto Getúlio, a vida é um aflitivo acampamento escolar onde fato e consequência não têm clara relação entre si. Depreciado pelos colegas e professores, ele encontra um aliado geriátrico e, juntos, descobrem uma forma engenhosa de comandar o caos.
Há cem anos, o cartunista Rube Goldberg desenhava suas primeiras máquinas. Eram engenhocas complexas em que uma corda ligava um abajur que ofuscava um jabuti que batia num flamingo de plástico, acionando uma mola de metal que descia uma escada em caracol, cumprindo um objetivo esdrúxulo como massagear a cabeça, pregar um prego ou fechar a porta.
"São um jeito de tornar as coisas mais difíceis. É tipo uma filosofia de vida", explica um dos personagens de A máquina de Goldberg, estreia nos quadrinhos da escritora Vanessa Barbara, acompanhada do ilustrador Fido Nesti, que também assina o roteiro.
A trama se passa num acampamento de férias onde Getúlio, um garoto punk e asmático, cumpre pena por ser antissocial na escola. Em meio à perversidade dos colegas e à temida hora da ginástica, ele conhece o zelador Leopoldo, um velho melancólico com uma obsessão: construir geringonças.
Juntos, arquitetam uma ambiciosa vingança que une as fugas de Bach às variações de Rube Goldberg, numa engenharia absurda que vai se expandindo até derrubar todas as peças do dominó, instaurando o terror no coração da Montanha Feliz.