Com seu estilo impetuoso e desbocado, Philip Roth narra os esforços de Seymour Levov para em vão comunicar um legado moral à terceira geração da família.
Com seu estilo impetuoso e desbocado, Philip Roth narra os esforços de Seymour Levov para em vão comunicar um legado moral à terceira geração da família.
No fim de 2012, Philip Roth anunciou que deixaria de escrever. A notícia caiu com estrondo no meio literário: o maior escritor americano vivo estava "pendurando as chuteiras".
A ocasião é ótima para passar em revista suas grandes obras. Pastoral americana figura com destaque entre elas. Neste romance, Roth narra os esforços de Seymour Levov para manter de pé um paraíso feito de enganos. Filho de imigrantes judeus que deram duro para subir na vida, Seymour tenta comunicar um legado moral à terceira geração da família Levov.
Esmagado entre duas épocas que não se entendem e desejam destruir-se mutuamente, Seymour se apega até o fim a crenças que se mostram cada vez mais irreais. A força de sua obstinação em defesa de uma causa perdida lhe confere um caráter ao mesmo tempo de heroísmo e desatino.
Para contar a história, Roth ressuscita seu famoso alter ego, o romancista Nathan Zuckerman, herói e narrador dos romances Casei com um comunista e A marca humana. Na voz de Zuckerman, Seymour Levov assume a dimensão patética de um Adão obediente que um dia, sem entender por quê, se vê expulso do paraíso.