Tóibín assume o ponto de vista da mãe de Jesus Cristo e questiona os eventos fundadores do Novo Testamento e da religião católica.
Tóibín assume o ponto de vista da mãe de Jesus Cristo e questiona os eventos fundadores do Novo Testamento e da religião católica.
Em O testamento de Maria, Colm Tóibín, nome central na literatura contemporânea, assume o ponto de vista da mãe de Jesus Cristo e põe em xeque alguns dos pilares da cultura Ocidental.
No exílio na cidade de Éfeso, amedrontada, Maria tenta lembrar os eventos que culminaram na morte brutal de seu filho - os mesmos eventos que se transformaram na narrativa do Novo Testamento e na fundação da religião católica.
No entender do autor, Maria não pediu a Jesus que transformasse água em vinho nas bodas de Caná: ela só foi até a celebração para convencê-lo a voltar para casa. Mais ainda: ela fugiu do local da crucificação antes que seu filho estivesse de fato morto. Seu medo e desejo de proteção falaram mais alto que o sofrimento pelo destino do filho. "A dor", ela diz, "era dele, não minha."
O autor não endossa a crença católica de que Maria era virgem, veículo de uma gravidez de origem mágica. Ele a traz para o cotidiano e tenta compreendê-la como uma figura humana complexa, sujeita às fraquezas terrenas.
Com ousadia e brilhantismo, Tóibín compõe uma narrativa que preserva a dignidade da mãe de Cristo sem conceder à mitologia em torno dela.
"Tóibín escreve com uma intensidade que confere às mínimas nuances de sentimento imenso impacto emocional."- The New Yorker
"Este é um livro curto, mas denso como um diamante. É tão trágico quanto uma Pietá espanhola, mas completamente herético."- Edmund White