Um dos maiores quadrinistas da atualidade, André Dahmer faz de Vida e obra de Terêncio Horto um painel crítico, ácido e mordaz sobre a vida e a arte. Do criador de Malvados.
Um dos maiores quadrinistas da atualidade, André Dahmer faz de Vida e obra de Terêncio Horto um painel crítico, ácido e mordaz sobre a vida e a arte. Do criador de Malvados.
Artista plástico e desenhista, André Dahmer tomou de assalto os quadrinhos brasileiros da última década. Com a tira Malvados, Dahmer foi um dos primeiros quadrinistas brasileiros a se apropriar das redes sociais e da internet para divulgar seu trabalho. De um dia para o outro, o Malvadão e o Malvadinho, como são conhecidos pelos fãs os personagens da série, ocuparam telas, tablets e celulares. De lá para os grandes jornais do país foi um pulo. A razão para isso está menos na internet e mais no próprio trabalho de Dahmer, que se apropriou da linguagem, das técnicas e da cultura da rede para subvertê-las com ironia fina, acidez e uma capacidade infinita de se valer de um discurso conhecido e observá-lo por ângulos incomuns e reveladores. Desde então, outras séries surgiram, como a famosa Quadrinhos dos Anos 10, em que ele narra a vida de Emir Saad, ditador do fictício reino do Ziniguistão, ou Apóstolos, a Série, uma versão muito particular da vida de Jesus. Neste Vida e obra de Terêncio Horto, é outra das obsessões de Dahmer que vai para o primeiro plano: a arte. Escritor eternamente frustrado, tão ambicioso quanto amargurado, Terêncio passa os dias em frente a uma máquina de escrever, seja redigindo suas memórias, seja dando vida a personagens cínicos, desiludidos e de um pessimismo assombroso. É a partir desse esqueleto enganosamente simples que Dahmer vai dar vazão a impressões sobre literatura, pintura, música e, por que não?, sobre a vida em geral.