Em meio a um escândalo de corrupção que assola o país, um professor precisa localizar a mítica Bíblia do guerrilheiro Che Guevara.
Em meio a um escândalo de corrupção que assola o país, um professor precisa localizar a mítica Bíblia do guerrilheiro Che Guevara.
Herói do romance A primeira mulher, o professor Carlos Eduardo viveu a última década em reclusão total. Morando no centro comercial de Curitiba, o professor quer distância das mulheres e dos criminosos que marcaram sua última aventura, e passa os dias entre o consultório abandonado de odontologia onde vive e uns poucos restaurantes nas redondezas. Sua paz é interrompida pela visita de um velho conhecido, um operador financeiro que quer contratá-lo para uma missão insólita: localizar um exemplar da Bíblia com anotações que Che Guevara teria feito durante uma passagem pelo Brasil. A história conta que, numa temporada clandestina em Curitiba, Che teria se disfarçado de padre e carregado uma Bíblia, em cujas margens fez supostos comentários. Para além da incerteza que ronda a jornada do revolucionário pelo país, a tarefa tem um complicador, justamente na forma de uma dama fatal, a esposa do operador que o contratou. Peça-chave no mistério da Bíblia do Che, Celina enlaça o professor ainda mais na teia de intrigas que circunda o livro. Em pouco tempo, o operador aparece morto e a investigação de Carlos Eduardo, que antes pertencia ao âmbito dos colecionadores de livros raros, evolui para uma rede de crimes que envolve governo, construtoras, dinheiro sujo de campanha e caixa dois. A busca colocará o professor no centro de um furacão político que assola o país. Entre empreiteiros corruptos, políticos escusos e paixões desmedidas - que ele não pôde evitar -, Carlos Eduardo precisa percorrer um labirinto de mentiras e intrigas que pode significar a sua própria morte. Um dos grandes romancistas brasileiros em atividade, Miguel Sanches Neto faz do suspense e do mistério terreno fértil para uma reflexão sobre vida, morte, poder e arte.