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/ À vistaUm livro extremamente atual, que chama a atenção para o fato de que a censura conta com o suporte de parte da sociedade e sempre terá, na ditadura ou na democracia, defensores confessos e aqueles que levantam a bandeira da liberdade de expressão, desde que concordem com o que é dito.
Um livro extremamente atual, que chama a atenção para o fato de que a censura conta com o suporte de parte da sociedade e sempre terá, na ditadura ou na democracia, defensores confessos e aqueles que levantam a bandeira da liberdade de expressão, desde que concordem com o que é dito.
Em Herói mutilado, a jornalista Laura Mattos segue a trajetória de uma obra que foi censurada como peça de teatro em 1965, teve uma primeira versão como novela proibida em 1975 e, quando finalmente foi ao ar, dez anos depois, sofreu seguidos cortes.
Quando estreou, em 1985, ano da saída dos militares do comando do país, a novela Roque Santeiro conquistou a maior audiência da história da televisão brasileira. A obra de Dias Gomes, sobre o mito de um falso herói, experimentou as mais variadas formas de repressão durante a ditadura, com uma trajetória ímpar.
Ao revelar os bastidores da censura à TV na ditadura, a autora registra como o aparato legal usado pelos militares foi o mesmo aplicado durante os anos democráticos entre o final da Era Vargas e o golpe de 1964, prova de que esse mal não é exclusividade de regimes de exceção. A pesquisa se apoia em cerca de 2 mil páginas de documentos oficiais produzidos durante a ditadura, além do acervo pessoal de Dias Gomes, que inclui cartas e um diário até hoje inédito.