Durante séculos, após a queda de Roma, o mapa da concentração e da evolução do conhecimento mostrava uma Europa numa situação bem diferente da que encontramos nos dias de hoje. A Europa medieval era uma região ignorante e atrasada, enquanto os árabes sabiam medir a circunferência da Terra (algo que o Ocidente só conseguiria oito séculos mais tarde), descobriram a álgebra, eram adeptos da astronomia e da navegação, inventaram o astrolábio, traduziram os textos científicos e filosóficos gregos. No centro desse esforço estava a biblioteca real de Bagdá, conhecida como a Casa da Sabedoria, onde um exército de eruditos trabalhava sob o comando dos califas abássidas. Sem os árabes e os viajantes que faziam o conhecimento circular, o mundo apresentaria hoje um panorama muito distinto.
Nessa instigante história da ciência, o jornalista Jonathan Lyons se concentra em um desses viajantes, Adelardo de Bath, que em 1109 foi da Inglaterra à Ásia menor e retornou com preciosos conhecimentos sobre astronomia e matemática que revolucionaram a ciência europeia. Seu exemplo foi seguido por outros e as inovações e ideias dos pensadores árabes possibilitaram o estabelecimento dos fundamentos da Renascença. Um livro surpreendente, que apresenta a dívida do Ocidente com o saber árabe medieval