A dor acompanha a história da humanidade, é uma marca do que significa ser humano. Todo mundo já sentiu algum tipo de dor, mas nenhum de nós sabe quando chegará ou por quanto tempo nos acompanhará. Em geral, a dor cede. Mas e a dor que persiste? Normalmente, a dor é protetora: um sistema instalado para alertar o corpo de que algo não vai bem. Quando o tecido sara, a dor some. Entretanto, quando ela persiste muito tempo depois de cumprida a sua função, se transforma na patologia da dor crônica - uma dor que só piora com o tempo. A sensação do corpo como fonte de prazer muda para a sensação do corpo como fonte de dor. A pessoa se sente perseguida. A dor crônica é um fantasma do nosso tempo: uma doença grave, mal-entendida e mal diagnosticada. De acordo com a Associação Internacional do Estudo da Dor, uma em cada cinco pessoas sofre de dor crônica, o que afeta radicalmente a rotina e a qualidade de vida do indivíduo. Em As Crônicas da Dor, Melanie Thernstrom traça as diferentes percepções da dor através dos tempos para revelar sua natureza misteriosa. Observando centenas de pacientes em clínicas especializadas, conversando com médicos e narrando a sua própria batalha contra a dor crônica, a autora analisa suas peculiaridades, seus efeitos devastadores e seus diversos antídotos. As Crônicas da Dor é um livro singular e profundamente humano, em que a dor é vista de acordo com os significados que lhe foram atribuídos desde a Antiguidade. Melanie Thernstrom acompanha a descoberta da anestesia em meados do século XIX e a importância da dor na religião; discute a situação atual do seu tratamento e as pesquisas que estão sendo desenvolvidas; acompanha a experiência de pacientes e a maneira como a dor altera a vida e é por ela alterada; e, finalmente, une os aspectos variados e paradoxais da dor à compreensão do seu funcionamento no cérebro. Depois de nadar, Thernstrom sai da água com uma dor no pescoço, e afunda no pesadelo da dor crônica. A partir daí, nos leva para uma viagem pessoal através de seu novo mundo. Durante suas pesquisas, a autora conhece pessoas que foram gravemente acidentadas ou que são portadoras de doenças degenerativas nervosas e autoimunes, e outras com sintomas comuns, como dor de cabeça ou nas costas, mas que lhes causavam um sofrimento extraordinário. A autora manteve contato com pacientes e médicos no decorrer de oito anos para tentar responder às perguntas: por que alguns melhoram e outros não? A resposta estará na natureza dos pacientes, nos médicos ou nos métodos de tratamento usados? Como a fé religiosa afeta a dor, a invalidez e a mortalidade? Ir à igreja ou rezar melhora a dor? As Crônicas da Dor é uma surpreendente combinação de ciência, história, jornalismo investigativo e memórias.