Antropologia cultural é o primeiro livro publicado no Brasil com textos de Franz Boas, um dos mais importantes antropólogos de todos os tempos. Ele foi o fundador da moderna antropologia cultural, que contrapunha as teorias evolucionistas e racistas ainda dominantes no início do século XX a uma perspectiva relativizadora, centrada na noção de cultura. Foi também um dos pioneiros da pesquisa de campo como método privilegiado para o estudo das diferentes culturas.
Nascido na Alemanha em 1858, Boas mudou-se para os Estados Unidos em 1886, onde passou a atuar tanto na pesquisa quanto no ensino da antropologia. Também desempenhou um papel público importante na luta contra o racismo e a favor da liberdade intelectual. Formou uma importante geração de antropólogos americanos, como Alfred Kroeber, Edward Sapir, Robert Lowie, Ruth Benedict, Margaret Mead e Melville Herskovitz. A influência de suas ideias fez-se sentir no Brasil principalmente na obra de Gilberto Freyre, que afirmou, no prefácio do clássico Casa-grande & senzala, de 1933, que a obra de Boas o ajudara a se libertar da visão negativa sobre a mestiçagem, então considerada um problema da formação social brasileira.
Os cinco ensaios traduzidos nesse livro fazem parte da coletânea Race, Language and Culture, organizada pelo próprio Boas e publicada em 1940, dois anos antes de sua morte.
"Certamente trata-se de um livro que será de grande utilidade, não só pela importância dos textos na história da antropologia, mas sobretudo como conjunto de reflexões de grande atualidade para a ciência social contemporânea." Gilberto Velho, no texto de orelha.