Betinho abre seu baú de delicadas lembranças e compõe um poético mural da alma brasileira. Uma jóia rara feita das reminiscências de um país que resiste ao esquecimento.
Betinho abre seu baú de delicadas lembranças e compõe um poético mural da alma brasileira. Uma jóia rara feita das reminiscências de um país que resiste ao esquecimento.
Betinho dedicou-se aqui a escrever sobre os habitantes da cidade em que passou a infância, Bocaiúva, Minas Gerais, em forma de crônicas que surpreendem, no cotidiano desse pequeno universo, o que há de universal no comportamento humano. Com base numa lista encomendada a sua prima Alice, relacionando as pessoas então já falecidas, ele recompõe a vida de uma comunidade em que "todas as pessoas se conhecem e se cumprimentam, gostem ou não". Entre esses personagens reais estão médicos, padres, mendigos, políticos, "os loucos e sistemáticos", "as mulheres de vanguarda", e até os animais, os fantasmas e o trem. Todos descritos com brevidade certeira, humor fraterno e um olhar cúmplice de quem foi obrigado muitas vezes a ver a vida do avesso.