Uma visão inovadora da história européia de 1848 à Primeira Guerra Mundial. As idéias de Mayer abalaram interpretações até então canônicas sobre os nexos entre o novo mundo burguês e as formas econômicas, sociais, políticas, artísticas, culturais e ideológicas do chamado Antigo Regime.
Uma visão inovadora da história européia de 1848 à Primeira Guerra Mundial. As idéias de Mayer abalaram interpretações até então canônicas sobre os nexos entre o novo mundo burguês e as formas econômicas, sociais, políticas, artísticas, culturais e ideológicas do chamado Antigo Regime.
Esta obra de Arno Mayer provoca, entre tantos efeitos, sobretudo o de fazer despencar, a cada página e a cada capítulo, uma série de mitologias com que se pressupunha acabado e indiscutível o "modelo explicativo" do andamento da sociedade européia pós-revolução industrial e pós-revolução francesa. Tudo se poderá dizer deste livro, menos que fuja à polêmica contra interpretações até aqui canônicas sobre os nexos entre o novo mundo burguês e as formas econômicas, sociais, políticas, artísticas, culturais e ideológicas do chamado Antigo Regime.No estilo direto da prosa histórica anglo-saxônica de esquerda, Mayer, com ironia, mas sem descuidar de um amplo e rigoroso arsenal empírico, constrói uma tese original e bastante convincente que altera de modo decisivo o entendimento dos séculos XIX e XX, não só na Europa, mas no mundo todo. Cai o mito da revolução industrial homogênea, generalizada e irreversível; cai o mito da eterna burguesia em ascensão, paladina do progresso humano; cai o mito de uma Europa crescentemente capitalista, liberal e democrática, após a tomada da Bastilha; cai o mito de vanguardas modernistas que presumivelmente faziam e aconteciam. Mayer não poupa nem sequer alguns monstros sagrados da sociologia e da filosofia, como Max Weber e Nietzsche. Esta revisão radical da história européia é tanto mais notável quanto calcada, basicamente, na releitura de textos há muito disponíveis.Francisco Foot Hardman