Há pouco mais de vinte anos, o filme Eu sei que vou te amar (1986), sobre o reencontro de um casal recém-separado, foi sucesso de público e crítica. Fernanda Torres, que contracenou com Thales Pan Chacon, chegou a ser premiada no badalado Festival de Cannes com a Palma de Ouro de Melhor Atriz. Agora, a DR - discussão da relação -, tão exercida e falada nos dias atuais, merece um livro. O embate é travado em mais de cem páginas, onde se lê diálogos entremeados por pensamentos dos dois. É ele quem a chama para conversar em seu apartamento três meses após a separação. O que dizer e, principalmente, sobre o que calar? Tenso, cruel e apaixonado, o diálogo flutua entre mentiras gentis, verdades duras de se ouvir, questionamentos, pedidos de perdão, confissões e delírios. Eu sei que vou te amar é um diálogo de amor, com todas as artimanhas, os medos e a paixão com que hoje identificamos as DRs - segundo Jabor, "infinitas, mas no fundo, iguais".