Treze histórias recolhidas em todo o Brasil, protagonizadas por figuras como a mula-sem-cabeça, o lobisomem, a cuca, o mão-pelada, o minhocão e a carnaubeira. Segundo a belíssima lenda que dá título ao livro, originária da tradição indígena do Mato Grosso, as estrelas são lágrimas de indiozinhos que comeram a comida dos guerreiros.
Treze histórias recolhidas em todo o Brasil, protagonizadas por figuras como a mula-sem-cabeça, o lobisomem, a cuca, o mão-pelada, o minhocão e a carnaubeira. Segundo a belíssima lenda que dá título ao livro, originária da tradição indígena do Mato Grosso, as estrelas são lágrimas de indiozinhos que comeram a comida dos guerreiros.
Sávia Dumont reconta treze histórias recolhidas em todo o Brasil, protagonizadas por figuras como a mula-sem-cabeça, o lobisomem, a cuca, o mão-pelada, o minhocão e a carnaubeira.Segundo a lenda que dá título ao livro, originária da tradição indígena do Mato Grosso, certo dia as índias da tribo colheram milho para fazer quitutes para seus maridos, que estavam caçando. Debulharam as espigas, puseram os grãos para secar e foram se banhar no rio. Os curumins insistiram com a avó para que fizesse logo um bolo. A velhinha cedeu, e eles o devoraram em um segundo. Veio então o papagaio da aldeia e contou tudo às índias, que, furiosas, procuraram os indiozinhos para lhes dar uma boa surra. Eles porém já haviam feito uma comprida corda de cipó e pedido ao beija-flor que a carregasse pelo bico. Lá estava a avezinha, "levando para o céu o cipó apinhado de meninos".As índias chamaram o beija-flor de volta, desesperadas, mas quanto mais chamavam, mais alto ele voava. Os meninos iam subindo e chorando, "e cada lágrima que caía virava uma estrela solta no ar. Fascinados, os curumins continuaram a brincadeira e não voltaram mais para a aldeia. Ficaram morando no céu. De noite, quando a saudade bate forte, mães e filhos trocam olhares". Diz a lenda que "em cada estrela que brilha desvenda-se um segredo do Universo".