Troca-letra, trava-língua, ponta-cabeça - historinhas e poemas rimados, ritmados, musicais, cadenciados, em mais um livro do autor dos premiados De cabeça pra baixo e Cambalhota. Ao final, um apêndice esclarece questões sobre poesia.
Troca-letra, trava-língua, ponta-cabeça - historinhas e poemas rimados, ritmados, musicais, cadenciados, em mais um livro do autor dos premiados De cabeça pra baixo e Cambalhota. Ao final, um apêndice esclarece questões sobre poesia.
Um caderno que morde o aluno, uma abelha que faz maionese, um macacão que aumenta acompanhando o crescimento do seu dono, um peixe que nada em um aquário de refrigerante, uma torrada que vem com alça para não sujarmos os dedos, um tigre que em vez de rugir tosse, uma árvore em que brotam bolinhas de tênis no lugar de frutas, um filtro que usa fralda para evitar molhadeira, um fogão que bebe água para evitar a desidratação - esses são alguns dos personagens dos dezenove poemas do novo livro de Ricardo da Cunha Lima. Em Do avesso, a poesia tira tudo do lugar certo e põe num lugar mais certo ainda: as possibilidades se multiplicam numa exploração do lado não convencional do cotidiano, introduzindo a ousadia e o exercício da imaginação, que costumam encontrar terreno tão fértil no mundo infantil.
Ricardo da Cunha Lima traduz em divertidos poemas situações simples do dia-a-dia, que envolvem sentimentos às vezes complicados. Nesse sentido, ele procura desmontar conceitos estabelecidos, sem destruí-los nem desprezar sua força real, para aproximá-los do pequeno leitor de um modo mais amigável.
E, como se não bastasse, ainda presenteia as crianças com deliciosas lições de métrica, ritmo, rima e outros elementos característicos da linguagem poética. No apêndice "Poesia bem curtida III", discute questões como a escolha de títulos para os poemas, o uso das palavras e de nomes sonoros, além de explicar algumas formas poéticas fixas, como o haicai, a rima leonina, as quadras, ou trovas, a terça rima, as cartas poéticas e a parlenda. Aqui, ele mais uma vez desmistifica a forma e a regra do mundo convencional para aproximá-las do universo lúdico e espontâneo dos pequenos, de modo a mostrar que aquelas estão a serviço deste, e não o contrário.