Escrito pelo premiado autor Ronaldo Correia de Brito - de Galiléia, vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura - em parceria com o também cearense Assis Lima, a peça Baile do Menino Deus é encenada há 27 anos na época de festas no Nordeste. Em Recife, é vista por pelo menos 60mil pessoas a cada mês de dezembro. Inspirado nos autos do reisado nordestino, o enredo da peça ensina, em especial às crianças, que existe um outro Natal, bem diferente daquele que se vê em lojas e shoppings. A história gira em torno de uma festa que vai acontecer, tendo os brincantes como personagens que seguem de casa em casa e um palhaço, Mateus, conduzindo a narrativa. Com sua estrutura simples, sem rodeios, é uma narrativa que dialoga com as emoções de todo o tipo de pessoa. Na peça de Correia de Brito e Assis Brasil, o Natal não valoriza as compras nem a comilança da festa, mas elege, como foco principal, o Menino Deus e o que ele representa, como símbolo do renascimento e da esperança. Ruth Rocha, na introdução de Baile do Menino Deus, explica como a obra pode ser facilmente adaptada e encenada por grupos escolares ou teatrais. "Depois de revisto e atualizado pelos autores, o texto é apresentado integralmente, contando ainda com um glossário para facilitar a compreensão de alguns termos. Assim, se o leitor não conhece as expressões usadas pelas crianças do nordeste, logo pode saber que zabelê é uma ave do sertão, que boca-de-forno é uma brincadeira de prendas e caboclinhos é o nome dado aos grupos fantasiados de indígenas, que desfilam em todo carnaval nordestino."