Em Lituma nos Andes, o vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 2010 revela um mundo dominado pelas superstições e guiado pelos instintos. No livro, o cabo Lituma e seu ajudante Tomás empreendem uma viagem a um vilarejo desolado na região dos Andes. O objetivo da polícia peruana é investigar uma série de misteriosos desaparecimentos cujas suspeitas recaem sobre os terrucos da organização maoísta Sendero Luminoso. A obra, que rendeu o prestigioso Prêmio Planeta em 1993, examina as táticas e motivações dos rebeldes terroristas que assolaram o Peru nos anos 1980 e 1990, situando essa violência no contexto das mitologias e rituais andinos, fortemente presentes na cultura local. Para a editora peruana Marie Arana-Ward, que assina elogiosa resenha sobre o livro no jornal The Washington Post como nos livros anteriores do autor, os temas de Vargas Llosa são tudo, menos tímidos: "Em Lituma nos Andes, o que se sobressai é um fio tênue entre civilização e barbárie, a facilidade com que se cruzam a mais fantasiosa imaginação e a mais dura realidade. Como de costume, o autor funde o tempo, deslizando de uma conversa para outra, de um ano passado para este ano, como quem quer nos lembrar que não é possível fugir da História e que o futuro não fará concessões enquanto não se livrar de seus fantasmas do passado."