A literatura machadiana e sua crítica às transformações da sociedade oitocentista brasileira. Kátia Muricy revela a ironia e o ceticismo de Machado com respeito aos direitos da razão universal, do progresso e da verdade da ciência.
A literatura machadiana e sua crítica às transformações da sociedade oitocentista brasileira. Kátia Muricy revela a ironia e o ceticismo de Machado com respeito aos direitos da razão universal, do progresso e da verdade da ciência.
Este livro é uma leitura originalíssima dos romances do maior escritor brasileiro, Machado de Assis. Partindo do papel normalizador que a medicina social exerceu na sociedade brasileira do século XIX, e que implicou na formulação de novos valores, identificados aos da burguesia liberal européia, Katia Muricy situa a importância e a singularidade de Machado. A razão cética mostra como, nos romances de Machado, acham-se os elementos críticos capazes de desnudar e de se opor à estratégia reguladora do social por parte da medicina. Sua ironia, seu ceticismo com respeito aos direitos da razão universal, do progresso e da verdade da ciência indicam a dimensão radical da crítica do autor às transformações sofridas pela sociedade oitocentista brasileira e se dirigem à articulação mais ampla dessas transformações, ou seja, a racionalidade burguesa.