Morre Ferreira Gullar

04/12/2016

É com imensa tristeza que o Grupo Companhia das Letras recebe a notícia do falecimento de Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros em atividade. Gullar estava internado no Rio de Janeiro por conta de problemas respiratórios, e nos deixou na manhã deste domingo, dia 4, aos 86 anos. 

Ferreira Gullar nasceu em 1930 em São Luís, Maranhão, e mudou-se para o Rio de Janeiro em 1950. Segundo O Globo, "assumiu ao longa da vida uma extensa lista de papéis que, sozinhos, não dão a dimensão do seu lugar na cena cultural do país. Um dos fundadores do neoconcretismo, o poeta participou de todos os acontecimentos mais importantes da poesia brasileira". Publicou diversos livros de poemas, como Dentro da noite veloz (1973), Poema sujo (1976), e Na vertigem do dia (1980), e ensaios sobre arte e cultura, entre eles Vanguarda e subdesenvolvimento (1969), Relâmpagos (2003), e Experiência neoconcreta: momento-limite da arte (2007). Resmungos (2006) foi premiado com o Jabuti de Melhor livro de Contos e Crônicas em 2007. Atualmente, Ferreira Gullar assinava uma coluna no jornal Folha de S. Paulo, espaço que mantinha desde 2004. Desde 2014, fazia parte da Academia Brasileira de Letras. 

Uma de suas obras mais celebradas, Poema sujo, foi escrita durante seu exílio na Argentina. Sempre ativo nas discussões políticas e sociais, o poeta foi militante do partido comunista e se exilou durante a ditadura na União Soviética, Argentina e Chile. Voltou ao Brasil em 1977, sendo preso logo após seu desembarque e solto 72 horas depois, com ajuda de amigos. Ao voltar para o país, retornou suas atividades como escritor. Poema sujo ganhou uma nova edição pela Companhia das Letras neste ano, que também publicará o restante de sua obra. 

O Grupo Companhia das Letras envia a todos os seus familiares e amigos seus mais sinceros sentimentos. 

 

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