Semana trezentos e sessenta e um

15/09/2017

 

Companhia das Letras

O som e a fúriade William Faulkner (tradução de Paulo Henriques Britto)

O som e a fúria, de 1929, é considerada a obra mais importante do escritor norte-americano ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1949. O romance surgiu em um período de isolamento, depois que o autor teve seu terceiro romance recusado por diversas editoras. Abalado, William Faulkner investiu num estilo ousado, tecido por quatro vozes narrativas distintas e saltos inesperados no tempo. É dessa forma, permeada por tons bíblicos e ecos de tragédias gregas, que o escritor retrata a violenta decadência dos Compson, família aristocrática do sul dos Estados Unidos, que parece viver num desnorteante presente em estado bruto. Com tradução de Paulo Henriques Britto e uma análise crítica de Jean-Paul Sartre publicada em 1939, o clássico de Faulkner ganha nova e definitiva edição. 

Anjo noturno, de Sérgio Sant'Anna

Depois dos aclamados O homem-mulher e O conto zero e outras histórias, Sérgio Sant’Anna segue surpreendendo seus leitores. Nas nove narrativas reunidas em Anjo noturno, um dos principais escritores brasileiros da atualidade explora num gênero híbrido — que abrange contos, memórias e novelas — temas a um só tempo díspares e intrincados, como morte e vida, infância e velhice, paixão carnal e amor fraternal. O conto “Talk show” narra a participação de um escritor em um programa de auditório, numa sucessão de situações embaraçosas e eletrizantes que se desenrolam tanto no palco quanto nos bastidores. Já em “Augusta”, o autor relata o encontro entre um professor universitário e uma produtora musical numa festa em Copacabana. A mesma atmosfera lasciva marca outras narrativas, como “Um conto límpido e obscuro”, em que o narrador recebe a visita inesperada de uma amiga artista plástica com quem não tem relações amorosas há cerca de dois anos. Nesse universo de tensão entre desejo e profunda solidão, a prosa de Sérgio Sant’Anna percorre com engenhosidade e maestria as memórias e os anseios do escritor.

Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas

Depois de lançar Rilke Shake (coleção Ás de Colete, 7Letras e Cosac Naify, 2007), o segundo livro de Angélica Freitas, Um útero é do tamanho de um punho (Cosac Naify, 2012), reúne poemas escritos a partir de um tema central: a mulher. Uma das vozes mais destacadas da geração, Angélica Freitas subverte as imagens absolutamente gastas do que se espera do gênero feminino — anunciadas em capas de revistas e em vitrines de lojas de departamentos —, e joga luz — com inteligência, sagacidade e senso de humor aguçado — sobre o nosso tempo.

Zero K, de Don DeLillo (tradução de Paulo Henriques Britto)

Quando, a convite do pai, o jovem Jeffrey Lockhart viaja a uma zona remota do planeta para dizer adeus à madrasta, Artis, debilitada por uma doença degenerativa, ele se depara com algo com que nunca sonhou. Artis está, na verdade, prestes a ser depositada em uma cápsula criogênica, em um imenso complexo médico e tecnológico projetado para armazenar corpos humanos por tempo indeterminado. Exposto a dispositivos insólitos, Jeffrey é forçado então a avaliar suas percepções e crenças. Do distanciamento do pai à morte da mãe, ele se vê diante de uma série de lembranças dolorosas, que parecem determinantes para seu futuro. Enxergando mais longe do que qualquer outro escritor, Don DeLillo parte de uma realidade ainda incipiente — as técnicas de criogenia que prometem nada menos do que a superação da morte — para arquitetar uma narrativa surpreendente, com ares de ficção científica, sobre os mistérios da vida e da morte.

Penguin-Companhia

Em louvor da sombra, de Junichiro Tanizaki (tradução de Leiko Gotoda)

Neste breve ensaio sobre estética escrito em 1933, Junichiro Tanizaki analisa a arquitetura, o teatro, a comida, o vestuário, o papel e até o tom de pele para refletir sobre um elemento central da cultura japonesa: o contraste entre a penumbra e a claridade. Se os ocidentais têm por hábito polir a prata para que ela tenha um aspecto sempre brilhante e renovado, a tradição nipônica valoriza justamente o contrário. A gordura das mãos e a ferrugem acumuladas sobre os objetos mostram a passagem do tempo e representam, portanto, as histórias ali contidas.

Objetiva

O cânone americano, de Harold Bloom (tradução de Denise Bottmann)

Um dos maiores estudiosos da literatura americana e autor de livros que marcaram a história da crítica literária, Harold Bloom se dedica neste livro aos grandes escritores norte-americanos: Walt Whitman e Herman Melville, Ralph Waldo Emerson e Emily Dickinson, Nathaniel Hawthorne e Henry James, Wallace Stevens e T. S. Eliot, Mark Twain e Robert Frost, William Faulkner e Hart Crane. Um ensaio pessoal e brilhante, que reafirma sua declaração de amor pela literatura e seu papel essencial na vida do homem.

Reimpressões

Poesia, de Jorge Luis Borges (tradução de Josely Vianna Baptista)

Poemas, de Wislawa Szymborska (tradução de Regina Przybycien)

A sangue frio, de Truman Capote (tradução de Sergio Flaksman)

O homem invisívelde H. G. Wells (tradução de Braulio Tavares)

A tentação do impossível, de Mario Vargas Llosa (tradução de Paulina Wacht e Ari Roitman)

Tantas palavras, de Chico Buarque

A desobediência civil, de Henry David Thoreau (tradução de José Geraldo Couto)

Os homens que não amavam as mulheres, de Stieg Larsson (tradução de Paulo Neves)

Compartilhe:

Veja também

Voltar ao blog