Leitura de Verão: Não Ficção

21/12/2017

Qual vai ser a sua leitura de verão? Se você ainda está na dúvida, sugerimos alguns dos melhores lançamentos em não ficção de 2017 para você passar o verão em boa companhia. ?

Cartas brasileiras, organizado por Sérgio Rodrigues

Intrigas, confissões, ameaças, estratégias, declarações de amor. Descortina-se um universo inimaginável quando se lê a correspondência dos personagens marcantes da história do Brasil. Dando um novo olhar aos fatos já conhecidos e trazendo à luz missivas inéditas ou pouco difundidas, o jornalista Sérgio Rodrigues apresenta uma saborosa coletânea de oitenta cartas dignas de nota, recebidas ou enviadas por escritores, artistas e políticos — de Elis Regina a Olga Benário, de Chico Buarque a Santos Dumont, de Renato Russo a d. Pedro I —, entre outros personagens. Ilustradas por fac-símiles e dezenas de fotos e acompanhadas por breves textos que contextualizam cada carta, as missivas conduzem o leitor por um deleitoso passeio pelos grandes momentos de nossa trajetória. Um convite irrecusável para conhecer o que há de melhor, mais original e imprescindível em nosso país — a partir dos olhos e da intimidade de figuras extraordinárias.

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A mãe de todas as perguntas, de Rebecca Solnit (tradução de Denise Bottmann)

Rebecca Solnit é hoje uma das principais pensadoras do feminismo contemporâneo. Autora do famoso ensaio que deu origem ao termo mansplaining, que veio revolucionar o vocabulário das discussões sobre gênero, sua obra é leitura obrigatória tanto para as pessoas mais experimentadas no tema quanto para aqueles que desejam se iniciar em um dos principais debates da sociedade atual. Em A mãe de todas as perguntas, Solnit parte das ideias centrais de maternidade e silenciamento feminino para tecer comentários indispensáveis sobre diferentes temas do feminismo: misoginia, violência contra a mulher, fragilidade masculina, o histórico recente de piadas sobre estupro e outros mais. Cristalinos e contundentes, seus ensaios devolvem ao tema toda a gravidade ele merece, sem abrir mão da poesia e do humor característicos de sua escrita.

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Cosmos, de Carl Sagan (tradução de Paulo Geiger)

Escrito por um dos maiores divulgadores de ciência do século XX, Cosmos retraça 14 bilhões de anos de evolução cósmica, explorando tópicos como a origem da vida, o cérebro humano, hieróglifos egípcios, missões espaciais, a morte do sol, a evolução das galáxias e as forças e indivíduos que ajudaram a moldar a ciência moderna. Numa prosa transparente, Carl Sagan revela os segredos do planeta azul habitado por uma forma de vida que apenas começa a descobrir sua própria identidade e a se aventurar no vasto oceano do espaço sideral. Aqui, o tratamento dos temas científicos está sempre imbricado com outros campos de estudo tradicionais, como história, antropologia, arte e filosofia. Publicado pela primeira vez em 1980, Cosmos reúne alguns dos conhecimentos mais avançados da época sobre a natureza, a vida e o Universo — e se mantém até hoje como uma das mais importantes obras de divulgação científica da história. Embora diversas descobertas fascinantes tenham ocorrido nos últimos quarenta anos, o tema central deste livro nunca estará desatualizado: nosso fascínio pelo conhecimento e a prática da ciência como atividade cultural.

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O livro de Jô, de Jô Soares e Matinas Suzuki Jr.

Prestes a completar oitenta anos e com verve mais afiada do que nunca, Jô Soares compartilha sua trajetória de astro midiático num livro de memórias escrito para fazer rir, chorar e, sobretudo, não esquecer. O primeiro volume resgata fatos, lugares e pessoas marcantes da juventude de Jô e reconstitui seus primeiros passos no mundo dos espetáculos, nas décadas de 1950 e 1960. Entre a infância dourada no Copacabana Palace e a dura conquista do estrelato, acompanhamos o autor do nascimento aos trinta anos. Os antecedentes familiares, a meninice privilegiada nos palácios da elite carioca, a mudança para um internato na Suíça, os marcos da formação cultural do futuro showman na adolescência, a paixão pelo jazz, a estreia modesta em pontas no cinema e na televisão, o primeiro casamento e, finalmente, a conquista do sucesso numa São Paulo fervilhante: tudo que você sempre quis saber sobre Jô, ele mesmo conta, com o talento narrativo do romancista de O Xangô de Baker Street e O homem que matou Getúlio Vargas. Confira também a apresentação completa de O livro do Jô, que aconteceu em São Paulo. 

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Confesso que perdi, de Juca Kfouri

Em quase cinquenta anos de atuação como jornalista, Juca Kfouri acompanhou de perto, como observador ou participante (e muitas vezes as duas coisas), experiências fundamentais do mundo da política, da cultura e do esporte. O saldo é uma inescapável sensação de derrota, compartilhada nas memórias que o autor registra em Confesso que perdi. Juca cobriu todas as Copas do Mundo desde 1982, e já havia participado indiretamente da cobertura das Copas de 1970, 1974 e 1978. À frente da revista Placar, foi responsável por desvendar e denunciar a chamada “máfia da loteria esportiva”, e por memoráveis capas como a que trazia seu amigo Sócrates posando como “O pensador”, de Rodin. Na Playboy, revista que também dirigiu, Juca publicou entrevistas e reportagens notáveis, como a que revelou a identidade do desenhista Carlos Zéfiro, um segredo que durava mais de trinta anos: tratava-se do funcionário público Alcides Caminha, parceiro de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito. É com a sinceridade de quem sabe que a memória é traidora que o autor nos oferece essas deliciosas confissões de derrota. Nesta série de vídeos, Juca Kfouri conta algumas das histórias presentes no livro. 

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Lima Barreto: Triste visionário, de Lilia Moritz Schwarcz

Lima Barreto foi o homenageado da Flip de 2017, mesmo ano em que saiu a monumental biografia Lima Barreto: Triste visionário, de Lilia Moritz Schwarcz. Durante mais de dez anos, a autora mergulhou na obra de Afonso Henriques de Lima Barreto, com seu afiado olhar de antropóloga e historiadora, para realizar um perfil biográfico que abrangesse o corpo, a alma e os livros do escritor de Todos os Santos. Esta, que é a mais completa biografia de Lima Barreto desde o trabalho pioneiro de Francisco de Assis Barbosa, lançado em 1952, resulta da apaixonada intimidade de Schwarcz com o criador de Policarpo Quaresma - e de um olhar aguçado que busca compreender a trajetória do biografado a partir da questão racial, ainda pouco discutida nos trabalhos sobre sua vida. Escritor militante, como ele mesmo se definia, Lima Barreto professou ideias políticas e sociais à frente de seu tempo, com críticas contundentes ao racismo (que sentiu na própria pele) e outras mazelas crônicas da sociedade brasileira. Generosamente ilustrado com fotografias, manuscritos e outros documentos originais, Lima Barreto: Triste visionário presta um tributo essencial a um dos maiores prosadores da língua portuguesa de todos os tempos, ainda moderno quase um século depois de seu triste fim na pobreza, na doença e no esquecimento. Para saber mais, assista aos vídeos com Lilia Moritz Schwarcz falando sobre diferentes aspectos da vida do autor. 

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O rio da consciência, de Oliver Sacks (tradução de Laura Teixeira Motta)

Oliver Sacks nunca se restringiu a escrever sobre neurologia ou medicina: ele se entusiasmava com os problemas, as ideias e as questões de todas as áreas do conhecimento. Esse domínio e paixão abrangentes são reconhecíveis em O rio da consciência, o último livro a ser preparado sob sua supervisão. Nele, Sacks discorre sobre evolução, botânica, química, medicina, neurociência e artes. O escritor evoca seus grandes heróis científicos e criativos, como Darwin, Freud e William James. Tal qual Darwin, ele era um observador perspicaz e se comprazia em coletar exemplos, muitos dos quais extraídos de sua volumosa correspondência trocada com pacientes e colegas. Tal qual Freud, ele tinha o anseio de entender o comportamento humano em seus aspectos mais enigmáticos. E tal qual James, mesmo quando o tema de Sacks é teórico — como em suas investigações sobre tempo, memória e criatividade —, sua atenção permanece nas especificidades da experiência.

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A vantagem humana, de Suzana Herculano-Houzel (tradução de Laura Teixeira Motta)

Elefantes têm cérebros maiores que os humanos. Então por que somos mais inteligentes? Remontando ao homo erectus, que viveu há um milhão e meio de anos, a neurocientista brasileira Suzana Herculano-Houzel demonstra sua instigante tese de que o desenvolvimento extraordinário do cérebro humano não foi um desvio excepcional na evolução das espécies, mas uma decorrência da prática exclusivamente humana de se cozinhar os alimentos. Mas, se não somos uma exceção às regras da evolução, qual é a origem da vantagem humana? A autora mostra que não é o tamanho do cérebro que interessa, mas o fato de termos mais neurônios no córtex cerebral do que qualquer outro animal, graças à invenção de nossos antepassados — de cerca de um milhão e meio de anos atrás — de uma maneira mais eficiente de obter calorias: cozinhar. Aliando o rigor científico a um texto inspirador e divertido, A vantagem humana nos oferece uma entusiasmante explicação sobre como nos tornamos notáveis sem nunca termos sido especiais.

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Mais sugestões:

Ficção Nacional

Ficção Estrangeira

Poesia

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