O que é ser livreiro hoje?

14/03/2021

Neste Dia do Livreiro, celebramos os profissionais que entendem como ninguém o que faz brilhar os olhos dos leitores: as boas (e às vezes escondidas) histórias. Em tempos que não nos permitem abraços e visitas rotineiras às livrarias que amamos, a data deve ser celebrada com ainda mais afeto e reflexão. Por isso, convidamos profissionais de diferentes cidades do país para nos responderem: o que é ser livreiro hoje?

Neste espaço, eles nos dizem o que mais adoram na profissão, os desafios impostos pela pandemia, além de compartilhar quais obras, para eles, são os tesouros da livraria e uma pausa para os dias difíceis. Ao todo, são doze relatos que mostram a importância — e a potência — dos livreiros e livreiras para a valorização da cultura e da literatura no nosso país.

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Adriano Carvalho da Costa, da Livraria Cooperativa Cultural

Natal, RN • cooperativacultural.meusitenouol.com.br@cooperativacultural

“Desde os meus dezesseis anos trabalho em livrarias. Hoje, estou com 41 anos e não trabalhei com outra coisa — não por falta de oportunidade, mas por não conseguir me encaixar em outro ofício que não seja com os livros.

Fazer pedidos e esperar a chegada das novidades; saber o perfil de cada leitor; organizar os títulos na prateleira, colocando os lançamentos na frente. Quem é livreiro mesmo sabe dessas pequenas ações, que transformam nosso dia de divulgação cultural e de troca de conhecimento com os leitores em algo significativo para as pessoas que nos cercam.

Ser livreiro não é uma profissão fácil. Já passei por muitos questionamentos. Uma vez, na véspera do Natal, estava trabalhando numa livraria de uma grande rede e me perguntando se continuaria ou não a ser livreiro. Neste mesmo momento, enquanto arrumava uma mesa de livros, uma jovem cliente entrou e me solicitou alguns livros. No final do atendimento, antes de ir embora, ela começou a dizer que eu já tinha a atendido uma vez, e que um livro que indiquei para ela tinha transformado a sua vida. Com a ajuda dele, ela passou na faculdade para se tornar, no futuro, uma professora.

Desde esse dia, não quis mais desistir de ser livreiro.”

• Um livro que, para Adriano, é uma pausa nos dias difíceis: O professor do desejo, de Philip Roth.

“Nele, Roth fala dos seus anos de intercâmbio na faculdade para se tornar futuramente um professor, do amor que ele pode passar aos alunos por meio do conhecimento, e do amor pelo próprio ofício.”

• Um livro que, para Adriano, é o tesouro da livraria: A ninfa inconstante, de Guillermo Cabrera Infante.

“Uma obra de amor à memória, até mesmo daqueles amores que não são consumados.

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Andressa Lopes, da Livraria Leitura (Parque Shopping Maceió)

Maceió, AL • leitura.com.br@leituramaceio

“Quase todo mundo, um dia, já teve vontade de trabalhar em uma livraria. É um sonho de leitor, ter a oportunidade de mostrar às pessoas, por meio de indicação de um título, uma imensidão de mundos, lugares e personagens. No atual momento que estamos passando, fomos agentes multiplicadores de esperança, uma rede de apoio para muitos leitores, ajudando a amenizar a peleja de cada dia com livros. O desafio é grande, e com a intenção de deixar seu coração quentinho, te apresento dois títulos que você tem que conhecer. O primeiro deles é o Cartas brasileiras (vários autores e organizado por Sérgio Rodrigues), é um livro que reúne várias cartas trocadas por figuras importantes do Brasil e nos mostra uma perspectiva de fatos que marcaram momentos do nosso país. Ilustrado e com fotos, faz com que a experiência de leitura seja rica, pois os textos que acompanham agregam conhecimento em cada página. Vai ser uma das suas melhores leituras do ano com toda certeza. O segundo título é Gigantes adormecidos, de Sylvain Neuvel, um livro que vai te deixar curioso. Quando se der conta, no meio do seu dia, os personagens vão aparecer na sua mente e te fazer querer acabar a leitura o mais rápido possível. É um livro de ficção científica que traz toda uma trama para descobrir o motivo de estar aparecendo pelo mundo pedaços de um robô de uma raça avançada de alienígenas. Essas aparições fazem com que os governos de vários países mostrem o que podem fazer a qualquer custo em busca de poder. Essa é uma história viciante!”

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Camila Taufer, da Livraria Arco da Velha

Caxias do Sul, RS • doarcodavelha.com.br@doarcodavelha

“Ser livreiro, mais do que nunca, é ser humano. Num mundo tomado por algoritmos e distâncias, é entender o poder de uma boa conversa. É ser ouvinte e confidente. É desembaraçar um novelo de gostos expostos superficialmente e conectá-los com um livro. É montar quebra-cabeças (“tem uma capa vermelha, com duas mulheres em preto e branco, o título é o nome de uma delas”), exercitar a memória (“estava aqui na entrada no verão do ano passado”) e brincar de detetive (“consta 1 exemplar no estoque, mas não tô encontrando”). Ser livreiro é ser “obrigado” a ler compulsivamente (que lástima!) e sempre estar atento ao passado, ao presente e ao futuro. Ser livreiro é, se tudo der certo, unir um leitor ao livro que vai mudar sua vida.”

• Um livro que, para Camila, é uma pausa nos dias difíceis: O mundo da escrita, de Martin Puchner

“Para desopilar a mente dos amantes da leitura sempre indico O mundo da escrita, do Martin Puchner, que mostra historicamente as maneiras que a humanidade criou para se comunicar. Precisamos uns dos outros e precisamos existir fora de nós mesmos. Por isso amamos tanto os livros desde sempre: eles nos permitem conhecer lugares e pessoas sem sairmos de onde estamos.

• Um livro que, para Camila, é o tesouro da livraria: Eu fui Vermeer, de Frank Wynne.

“Um tesouro do catálogo da Companhia é o livro Eu fui Vermeer, do Frank Wynne, que conta a história real de um falsificador de arte que enganou os nazistas. Para provar que as obras eram de sua autoria, ele teve que pintar um quadro no tribunal. A forma como o autor descreve a genialidade do falsário e os processos complexos que ele utilizava faz com que o livro pareça uma mistura de aventura com suspense da vida real.”

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Daniel Bicalho, da Boutique do Livro

Divinópolis, MG • boutiquedolivro.com@boutiquedolivro

“Quando, há um ano, no dia 18 de março, fechei as portas da Boutique do Livro para iniciar o isolamento social de controle da pandemia do coronavírus, pensei, enquanto desligava a chave geral do imóvel, que aquele era o fim de uma história de trinta anos. Naquele momento o que me restava? Um site de vendas muito pequeno, as vendas pelo instagram e whatsapp... De repente me vi num bote de borracha navegando num mar tempestuoso e, olhando para o lado, via o navio de cruzeiro da Amazon passando pelo maremoto sem sequer notar as sucessivas ondas.

O que eu não imaginava era que poucos dias depois, mesmo com a livraria fechada, os leitores iriam nos procurar pelo telefone e pelas redes, para conversar sobre livros, lançamentos, pedindo dicas para os filhos, agora todos em casa o dia todo, procurando, mesmo que à distância, o que a gente sempre oferece nas livrarias: acolhimento, conselhos, dicas, sugestões. Enfim, mesmo longe do balcão, reiniciei os trabalhos: aviei receitas, ofereci mapas, apontei caminhos, entreguei óculos e descortinei mundos para quem precisava de cada uma dessas coisas.

Ser livreiro no Brasil hoje é isso: uma mistura de capitão Ahab e Rob J. Cole, sem perder o espírito quixotesco de acreditar, romanticamente, no que parece impossível. E vale a pena quando um miguilim põe os óculos que a gente entregou e descobre que o Mutum é bonito, apesar de tudo.

Os livros citados nessa crônica são as dicas da livraria: Moby Dick, de Herman Melville; O físico, de Noah Gordon; Dom Quixote, de Miguel de Cervantes; e Campo Geral, de João Guimarães Rosa. Jóias e preciosidades que servem para acalentar nos momentos de desengano. Servem de prumo quando tudo parece perder o sentido. Servem de incentivo quando a vontade é de desistir. Sigamos!”

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Flávia Santos, da Livraria Megafauna

São Paulo, SP • livrariamegafauna.com.br@livrariamegafauna

“Acredito que o ‘ser livreiro’ em sua essência não tenha mudado muito. Digo o gostar de livros, de ler e de trocar experiências com outros leitores, atualmente precisamos estar atentos ao mercado e ter uma boa base comercial para entender como o negócio funciona nos bastidores. Um bom livreiro é resultado de muitos fatores e, pra mim, o principal é estar na livraria, no chão de loja. O livreiro é um catalisador de informações e experiências dos leitores e um propagador de histórias.”

• Um livro que, para Flávia, é uma pausa nos dias difíceis: Garota, mulher, outras, de Bernardine Evaristo 

“Um livro delicinha de ler é o Garota, mulher, outras. Bernardine Evaristo entrega um romance fantástico tanto na forma como na atualidade do assunto. Gosto particularmente como ela amarra as histórias das personagens, e que personagens! Livro de um só fôlego.”

• Um livro que, para Flávia, é o tesouro da livraria: As mulheres de Tijucopapo, de Marilene Felinto.

Sem dúvida, o livro Mulheres de Tijucopapo da Marilene Felinto (Edição da Autora). Este é o primeiro livro da Marilene escrito ainda em sua juventude e publicado pela primeira vez em 1982. Mulheres de Tijucopapo narra o retorno de Rísia, mulher nordestina, às suas raízes, a cidade de Tijucopapo, depois de uma vida coberta de dores e “não pertencimento” numa grande cidade. A escrita da Marilene, pra mim, é sublime na forma e de uma dureza nos temas. O livro me tocou particularmente porque minha família é de origem nordestina e muitas vezes reconheci a mim e as mulheres de minha casa em Rísia.

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Gabriel Dantas e Renan Cabral, da Távola dos Livros

Parnamirim, RNtavola-dos-livros.negocio.site@livraria.tavola

“Um livreiro é o responsável por abrir as portas do mundo da leitura para as pessoas, apresentando diversos gêneros literários com o intuito de ajudá-los a encontrar o seu universo de leitura favorito. Não acreditamos que existam pessoas que não gostem de ler, e sim pessoas que ainda não encontraram o seu gosto literário.

Convivemos com diferentes tipos de leitores, buscando entender o gosto de cada um e, através disso, poder oferecer o melhor atendimento, assim como a melhor obra literária que irá satisfazer o cliente.

Um livreiro não deve ficar em sua zona de conforto, deve sempre aprender um pouco a cada dia. O ideal é que se tenha um mínimo de conhecimento de cada área para poder indicar com clareza o que o leitor deseja.”

• Dois livros que, para Gabriel Dantas e Renan Cabral, são uma pausa nos dias difíceis: O iluminado, de Stephen King, e a série A Seleção.

“Para poder dar uma pausa na pandemia e fugir da situação caótica em que estamos, recomendamos O iluminado e a série A Seleção.

• Dois livros que, para Gabriel Dantas e Renan Cabral, são os tesouros da livraria: A saga Harry Potter, de J. K. Rowling, e Sapiens: Uma breve história da humanidade, de Yuval Noah Harari.

“Já tivemos vários tesouros na livraria, mas se tivéssemos que escolher os do momento seriam a saga Harry Potter e Sapiens.

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Leticia Bosisio e Martha Ribas, da Janela Livraria

Rio de Janeiro, RJ • janelalivraria.com.br@janela_livraria

“Neste 14 de março, comemoramos o Dia do Livreiro. Nem havíamos nos dado conta que abrimos a Janela logo na véspera dessa data simbólica. Acabamos de completar nosso primeiro aniversário. Exercer o papel de livreiras é uma profissão de fé. Mas trabalhar com livro carrega mesmo este significado. Você precisa abraçá-lo e seguir. Existe, em cada uma de nós, o sentido de missão, de resistência. Nossa livraria nasceu para o encontro e, por razões que não podemos controlar, o encontro nunca ficou tão restrito como neste último ano. Ainda assim, ele foi possível e profundamente transformador.

Se há algum sentimento que em nós se sobressai, hoje, é o de agradecimento. Como uma pequena livraria de rua, no Rio de Janeiro, vivenciamos a cada dia o que significa cativar pessoas e promover reflexões. Afinal, como disse Drummond: ‘O mundo é grande e cabe nesta janela.’

Aqui, no nosso canto, proporcionamos o encontro entre livros e leitores, somos testemunhas de pequenas descobertas e nos surpreendemos, sempre, com as transformações provocadas a partir das leituras indicadas. Essa é nossa maior alegria.

A curadoria apurada, o olho na inovação, a troca com nossos colegas do mercado, a gestão do dia a dia, acompanhar o caixa, arrumar as prateleiras, as deliciosas conversas com os clientes, a leitura diária e o compromisso absoluto com aquilo que mais acreditamos: o cuidado, os encontros e as trocas. Este é o nosso trabalho. O nosso maior prazer.

• Um livro que, para Leticia Bosisio e Martha Ribas, é uma pausa nos dias difíceis: Biblioteca à noite, de Alberto Manguel

Manguel começou a carreira como livreiro. Ele é, notadamente, um amante dos livros e profundo conhecedor desse universo. Esse livro estava esgotado há algum tempo e ganhou, recentemente, uma nova edição em razão da exposição realizada no Sesc. O evento foi um acontecimento, uma experiência imersiva transformadora e proporcionou que esse tesouro fosse redescoberto. É o tipo de livro que se você ainda não tem, precisa conhecê-lo.

• Livros que, para Leticia Bosisio e Martha Ribas, é o tesouro da livraria: A vida não é útil e Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak

Krenak é um autor único, indispensável e profundamente contemporâneo. É uma leitura fundamental para os dias de hoje. Ele sabe unificar conhecimentos distintos, recorre à sabedoria dos povos originários e à filosofia e levanta as grandes questões do nosso tempo. Ele está no topo!

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Liz Souza, da Livraria Praça de Casa Forte

Recide, PE • livrariapracadecasaforte.com.br@livrariadapraca

“Ser livreira é mais do que uma profissão, é receber um chamado, é uma vocação. Estar com os livros, respirar as ideias e palavras de tantos é um verdadeiro presente. Indicar as obras aos clientes é a oportunidade de mudar a vida de alguém para sempre. E todos os dias são feitos para salvar a humanidade, sobretudo através dos livros.”

• Um livro que, para Liz, é uma pausa nos dias difíceis: Linha M, de Patti Smith

“Para relaxar nos tempos de pandemia, com palavras para aquecer o coração em meio ao caos.”

• Um livro que, para Liz, é o tesouro da livraria: Sapiens: Uma breve história da humanidade, de Yuval Noah Harari.

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Paulo Brandão, da midialouca

Salvador, BA • midialouca.com.br@midialouca

Livrarias são repositórios de pensamentos organizados. É papel do livreiro fazer uma boa curadoria. Consolidar o livro em contraponto à fragilidade das informações do mundo virtual. E saber não se deixar “uberizar” pelos gigantes da tecnologia.

• Um livro que, para Paulo, é uma pausa nos dias difíceis: A montanha mágica, de Thomas Mann

“Fundamental neste período da pandemia é A montanha mágica, de Thomas Mann. O jovem Hans Castorp, prestes a começar sua carreira de engenheiro naval, visita o primo em um sanatório para tuberculosos nos Alpes suíços e por lá permanece após ser diagnosticado com a doença, convivendo com uma elite de gostos refinados e pontos de vista nem tanto. Uma alegoria do espírito da Alemanha antes da primeira guerra que ecoa em vários aspectos com circunstâncias atuais. Um Bildungsroman de contemplação, que se debruça sobre a passagem do tempo (ou sua lentidão), uma viagem introspectiva, uma análise do humano, da fragilidade das coisas e de pretensas importâncias das mesmas. Um livro que faz marcas profundas na vida de qualquer um se lido em qualquer época, e que se tornou ainda mais adequado nestes tempos que vivemos, por diversas razões.”

• Um livro que, para Paulo, é o atual tesouro da livraria: A informação, de James Gleick.

“Um livro que recomendamos, com um apanhado de assuntos interessantes e em voga é A informação, de James Gleick. Um panorama do conceito de informação, desde a veiculada pelos tambores primordiais na África ao cenário atual das “fake news”, passando pela teoria da informação estabelecida por Claude Shannon no MIT e laboratórios Bell no século passado. Leitura divertida, profunda e plural.”

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Tamy Barbosa e Guarany Oliveira, da Livraria Lamarca

Fortaleza, CE • Atendimento por WhatsApp: 85 8614-4125 • @livraria.lamarca

“Livrarias são lugares com prateleiras cheias de esperanças e passaportes para outros mundos. Há certa magia em tudo isso. Acreditamos que livros são revolucionários. Essa foi a faísca que acendeu a Livraria Lamarca dentro de nós.

Nosso acervo tem curadoria minuciosa. Por aqui, só livros que contribuam para a elaboração de uma sociedade mais livre e justa. É o que nos mantém nessa missão desafiadora.

Ser livreiro demanda dedicação. É preciso estudar as centenas de novas obras que chegam das editoras, gerenciar o setor financeiro, os estoques, as pessoas e as inúmeras caixas de livros, que absorvem nosso tempo e energia. Tudo isso, somado às ameaças comerciais, às novas modalidade de leitura, aos conglomerados internacionais e a tantos outros desafios, que nos obrigam à permanente reinvenção para nos manter no jogo.

A Livraria Lamarca escolheu caminhar pelos eventos literários, pela boemia e pela cultura do encontro. A gente acredita que livros aproximam pessoas, mesmo que seja necessária uma introspecção para acessar suas palavras.

A pandemia virou o jogo do avesso e exigiu coragem. Para nós, que sempre aglomeramos em torno das palavras, nos afastar foi difícil. Adaptamos o discurso, fomos para as vendas online e nos comprometemos a entregar, com segurança, livros nos lares das pessoas (único lugar seguro no momento).

Superar esses desafios e fazer chegar na casa de tanta gente, de todos os cantos desta cidade, um produto a ser consumido como um refúgio para alma em tempos de tanto tédio e desesperança, foi o que nos moveu. Garantir a leitura na rotina das famílias, sendo canal de troca de afeto entre pais e filhos, permitir que amigos se presenteassem à distância, foi o que nos tornou ainda mais próximos dos nossos clientes.

Um livro, quando tem o objetivo de fazer revolução, não se torna obsoleto. É indispensável para nos ajudar a atravessar os melhores e piores momentos com os pés no chão, mas sem deixar de sonhar. É nisso que acreditamos.”

• Um livro que, para Tamy Barbosa e Guarany Oliveira, é uma pausa nos dias difíceis: Casa dos budas ditosos, de João Ubaldo Ribeiro;

• Um livro que, para Tamy Barbosa e Guarany Oliveira, é o tesouro da livraria: O mundo da escrita, de Martin Puchner.

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Vladimir, da Livraria Arte e Ciência

Fortaleza, CE • livrariaarteeciencia.com.br@arteeciencia

“Para mim, ser livreiro hoje é continuar o sonho que tenho desde criança (pois estou no ramo desde os 11 anos) de viver e trabalhar com o produto mais nobre que nossa civilização já criou, o livro. Como dizia Jorge Luis Borges, "SEMPRE IMAGINEI O PARAÍSO COMO UMA ESPÉCIE DE LIVRARIA", essa é talvez a grande constatação do que representa o papel do livreiro em nossa civilização: dar às pessoas um pouco de esperança no amanhã, de que o mundo pode ser mais civilizado que foi e do que é, de que a educação e a cultura são o único caminho para que uma sociedade se desenvolva em todos seus aspectos. Ser livreiro, amar os livros, vender livros, viver disso é para mim uma grande satisfação, pois verdadeiramente amo o que faço. Espero poder viver para o resto da minha vida do que faço. Sempre que alguém me pergunta minha profissão, eu respondo: sou LIVREIRO. Sempre respondo dessa forma, muitos se espantam com a resposta, mas sempre explico que LIVREIRO é aquele que trabalha com livros, afinal, não podemos exigir que as pessoas tão desafortunadas de cultura em geral tenham obrigação de saber o que é o trabalho do LIVREIRO. Eu, como todo LIVREIRO, plantei uma sementinha que poderá brotar na cabeça das pessoas, a semente da lembrança de que o LIVRO está vivo e continuará para sempre vivo na alma do ser humano!”

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Yasmin, da Livrarias Curitiba (Shopping Palladium)

Curitiba, PR • portal.livrariascuritiba.com.br@grupolivrariascuritiba

“Ser livreiro é se apaixonar todos os dias por novas histórias e realizar um trabalho de curadoria para o leitor, com muito carinho e dedicação. Meu tesouro especial que não pode faltar na livraria é o Selo Companhia das Letrinhas. Todo mundo deveria ler livros infantis para aprender a ter o coração bom de uma criança. Como exemplo deixo o livro Pode chorar coração, mas fique inteiro, de Glenn Ringtved e Charlotte Pardi, e a coleção Mortina, de Barbara Cantini. Para dar uma pausa na pandemia e no caos instalado por modelos de gestão não promissores na atualidade deixo como sugestão os livros do casal Obama para vocês lerem e refletirem sobre o que o poder e a humildade aliados a sabedoria podem fazer por uma nação. Uma reflexão sobre como tem sido a gestão dos governantes durante a pandemia.”

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