Nesta sexta, 27 de outubro, celebramos o 37° aniversário da Companhia.
A seguir, você confere a íntegra do discurso de Luiz Schwarcz na ocasião do lançamento da editora, em 1986. Desde então, publicamos histórias e promovemos novas reflexões, construindo, com escritores estreantes e nomes já consagrados, um catálogo que valoriza a diversidade.
Viva Companhia!
Recentemente, em uma entrevista a Humberto Werneck, ele me perguntou se eu gostaria de escrever um livro. A minha resposta, claro, foi positiva. Como quase todo editor, alimento a frustração de não criar, de não ter essa capacidade. Hoje, no entanto, estamos numa festa de lançamento não de um livro, mas de uma editora. Aproveito então a minha frustração e, numa rápida fantasia, imagino se de fato a Companhia das Letras não seria o meu livro, e esta festa, o seu lançamento.
Como todo livro, portanto, ele deveria possuir a tradicional página de agradecimentos.
Neste caso, haveria mais uma curiosidade: o meu livro imaginário possui apenas páginas e páginas de agradecimentos.
Todos os que estão aqui, ou que me apoiaram, aparecem em pelo menos uma menção. De forma que seria impossível e tomaria todo o nosso tempo se eu resolvesse ler na íntegra a seção de agradecimentos – isso é todo o meu livro imaginário.
Por isso, gostaria que vocês, todos personagens que são de um livro de agradecimentos, se sentissem devidamente participantes neste momento de minha gratidão e afeto.
E que não se importassem se agora eu destacasse alguns de seus companheiros de página, que em nome de todos os presentes receberão a minha homenagem.
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer aos meus familiares, em especial aos meus pais e avós, que acolheram os meus sonhos e acreditaram neles de alguma forma.
Aos colegas editores o meu agradecimento pela postura simpática, paternal até, com que receberam essa minha pretensão de editor. Em especial, agradeço a Jorge Zahar pelo exemplo de dignidade que cada momento na sua companhia me proporciona aprender.
Aos livreiros, agentes literários e colegas da imprensa o meu obrigado especial.
Agradeço muito ao Marcelo Steuer e ao Beto, que souberam sempre com muito afeto participar de todas as etapas da criação da editora e botar alguns números fundamentais nesta minha sopa de letras.
Aos que trabalham comigo e que conseguem diariamente suportar a minha ansiedade e desorganização, ao Ricardo, ao Pedro, o meu obrigado, e em especial à Gisela e ao Zelu pela dedicação e carinho desde o início e até sempre – ou até quando vocês me aguentarem.
À Júlia e ao Pedro, meus filhos, agradeço por me inspirarem e por tudo que vocês têm me ensinado em cada olhar.
Por fim, feitos os agradecimentos, não resta mais assunto para este meu livro, apenas o essencial.
E o essencial é a dedicatória à Lili, como sempre com todo o destaque do mundo na página de rosto ou, quem sabe, até na capa e com os seguintes dizeres:
Este livro é dedicado à Lili por tudo, e por todo nosso amor.
Obrigado.