A Companhia das Letras lamenta profundamente o falecimento de Paul Auster, aos 77 anos, em Nova York. Nome de ponta da literatura mundial, o escritor, poeta e roteirista deixa como legado uma voz singular e narrativas verdadeiramente humanas, que ecoarão por gerações.
Autor de títulos aclamados por público e crítica como A invenção da solidão, seu livro de estreia, e A trilogia de Nova York, estabeleceu-se como figura influente tanto na literatura quanto no pensamento contemporâneo. Sua habilidade em explorar os mistérios da existência e as complexidades das relações humanas conquistou leitores em todo o mundo.
Nascido em 1947, em Newark, Nova Jersey, dedicou sua vida à escrita, produzindo uma vasta e premiada bibliografia, traduzida para mais de quarenta idiomas. Pela Companhia, publicou também Noite do oráculo, O livro das ilusões, Leviatã, 4 3 2 1, Homem no escuro, Timbuktu, entre outros.
Em 2024, lançaremos o 18º e último romance de Auster, Baumgartner, com tradução de Jorio Dauster, uma história sobre amor, memória e luto.
Após receber a notícia da morte de Paul Auster, Luiz Schwarcz, editor e fundador da Companhia das Letras, afirmou: “Perdi um bom amigo e perdemos um amigo do Brasil”.
Paul Auster (foto: Nancy Crampton)
Leia o depoimento completo:
“Perdi um bom amigo e perdemos um amigo do Brasil. Convivi com Paul não só em suas visitas ao país como em Nova York, em sua casa do Brooklin. Certa vez me levou para o estúdio em Tribeca onde montava seu novo filme. Ele era carinhoso e dedicado profundamente ao trabalho literário.
Os amigos eram informados regularmente por sua companheira, Siri Hustvedt, sobre o estado de saúde do “old man” — apelido de Paul. Sabíamos que nos últimos tempos os cuidados eram paliativos, dado o estágio da doença.
Já com câncer avançado, Paul e Siri tiveram Miles, um neto que foi celebrado como se celebra a vida, por quem Paul esperava vir a ser chamado de Papa.
Estou muito triste.
Obrigado, Paul.”
Nos solidarizamos com os amigos, familiares e leitores do autor.