Escrever é fazer as coisas acontecerem no futuro. Essa é a assustadora hipótese desenvolvida por Sidney Orr, jovem escritor em crise que recupera a inspiração ao comprar um caderno na loja de um chinês em Nova York. Paul Auster constrói um romance labiríntico, em que sucessivas camadas narrativas se sobrepõem e enredam o leitor numa trama de mistério.
Escrever é fazer as coisas acontecerem no futuro. Essa é a assustadora hipótese desenvolvida por Sidney Orr, jovem escritor em crise que recupera a inspiração ao comprar um caderno na loja de um chinês em Nova York. Paul Auster constrói um romance labiríntico, em que sucessivas camadas narrativas se sobrepõem e enredam o leitor numa trama de mistério.
Palavras podem matar. Nenhuma outra descoberta poderia ser tão terrível para um escritor em crise. O futuro assume uma face assustadora para Sidney Orr quando ele volta a escrever, estimulado pelas páginas de um caderno azul comprado na papelaria de um chinês em Nova York.
Sob o efeito misterioso do caderno e ainda convalescente após uma grave doença, Orr tenta retomar a carreira, interrompida cerca de um ano antes. Sua escrita volta a fluir com espontaneidade nas convidativas páginas em branco.
Aos poucos, porém, ocorre-lhe uma suspeita: as narrativas imaginadas por ele podem conter uma relação secreta e inexplicável com o futuro das pessoas que lhe são mais próximas, como sua esposa e seu melhor amigo.
Episódios fortuitos, palavras ditas e ouvidas ao acaso, notícias de jornal - tudo, de uma hora para outra, parece se relacionar com o drama pessoal de Orr, a crise de inspiração por que passou e a fase difícil que atravessa no casamento.
Composto na forma de uma história de mistério, Noite do oráculo é um dos mais engenhosos livros de Paul Auster. O autor constrói uma rede de narrativas em que personagens e situações se espelham e se sobrepõem. O leitor se pergunta constantemente se o chão que pisa é ficção ou realidade, se aquilo que presencia se passa no presente, no passado ou no futuro.
O ritmo vertiginoso da escrita é potencializado pelas sucessivas surpresas da história e pelo poder narrativo do autor, que desdobra o romance em muitos romances encadeados. A última palavra cabe à imaginação: nela soa a voz do oráculo, como se a escrita fosse uma forma de prever e produzir o futuro.
"Auster segue produzindo ousadias literárias" - The New York Times Book Review
"Um dos mais inventivos autores americanos" - The Times Literary Supplement