A geração ansiosa, do psicólogo social Jonathan Haidt, demonstra como a “infância baseada no brincar” entrou em declínio na década de 1980 e foi substituída pela “infância baseada no celular”, acompanhada por uma hiperconectividade que alterou o desenvolvimento social e neurológico dos jovens.
No livro, ele lista alguns dos prejuízos fundamentais para a infância resultantes do uso abusivo das redes sociais.
1. Privação social
As crianças precisam de tempo para brincar ao vivo umas com as outras, para incentivar seu desenvolvimento. Na puberdade, o cérebro passa por uma rápida configuração, e ficar sozinho no quarto deslizando por feeds infinitos não permite que elas aprendam as sutilezas e habilidades sociais da interação cara a cara.
2. Privação de sono
Custo de oportunidade é um conceito básico da economia. Fazer determinada coisa pode trazer benefícios, mas significa que estamos deixando de fazer outras. Um tempo de tela diário de oito a nove horas na vida de um adolescente implica menos tempo para atividades mais saudáveis, como dormir e praticar exercícios.
2. Fragmentação de atenção
Se já é difícil para os adultos se concentrarem, imagine para os adolescentes. Com um córtex pré-frontal ainda em desenvolvimento, eles têm mais dificuldade de dizer não a tudo aquilo que possa desviar sua atenção.
3. Vício
Quando você experimenta algo gostoso, a dopamina entra em ação, por isso sentimos ainda mais vontade de um segundo pedaço. Isso acontece com crianças diante de videogames e redes sociais. Os criadores desses apps usam todos os truques da psicologia para deixar seus usuários presos às telas.
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Diante desse cenário catastrófico, Jonathan Haidt mostra o que pais, professores, escolas, empresas de tecnologia e governos podem fazer na prática para reverter a situação e evitar danos psicológicos ainda mais profundos. Um plano de ação que não podemos nos dar ao luxo de ignorar, porque o que está em jogo não é apenas o bem-estar de nossas crianças, mas da sociedade como um todo.