Grúfalo completa 15 anos

25/03/2014
  Já se passaram 15 anos desde que Julia Donaldson escreveu um texto rimado sobre o monstro criado pela imaginação de um ratinho. O Grúfalo, sucesso absoluto traduzido em mais de 50 idiomas, está fazendo aniversário na Feira do Livro Infantil de Bolonha, na Itália, o maior evento de literatura dedicado às crianças. O blog da Brinque-Book não poderia perder a chance de ver de perto esse ser tão presente no nosso imaginário, e também nas conversas entre crianças, pais e professores, não é mesmo? Entrevistamos a autora britânica, Julia Donaldson, e o ilustrador alemão, Axel Scheffler. Abaixo, alguns trechos da conversa que tivemos com eles, para vocês conhecerem melhor essa dupla parceira que faz tantos trabalhos incríveis. Ao Grúfalo, que ele saiba: a Brinque-Book é muito feliz por ter trazido sua história às crianças brasileiras. Brinque-Book: Como foi que vocês começaram a trabalhar juntos? Julia Donaldson: Era 1993 e a gente nunca tinha se visto antes. Axel Scheffler: Na época, Julia escrevia muitas músicas para a BBC. A editora queria que ela escrevesse algo sobre um conto de tradição oral, que acabou virando o livro "Apertada e sem espaço". Julia: Como eu escrevia as músicas, achei que seria interessante colocar no papel em rimas. E desde então vocês passaram a fazer vários livros juntos, muitos dos quais foram levados ao Brasil pela Brinque-Book, como Carona na Vassoura, Macaco Danado e claro: O Grúfalo e O Filho do Grúfalo. Axel: Sim, temos cerca de 20 livros em parceria. Como vocês costumam trabalhar juntos, depois de tantos anos? Primeiro vem o texto ou a ilustração? E de alguma forma vocês conversam sobre o processo criativo? Julia: Todo nosso contato é feito através da editora. Não criamos juntos ou discutimos como serão os personagens. Até porque eu moro na Escócia e ele mora na Inglaterra, não estamos tão pertinho. Axel: Pego o texto e começo a imaginar como colocar aquilo em um livro. Alguns descrições do Grúfalo, como por exemplo a cor dos olhos e as garras, eu tinha muito claro desde o começo. E foi o som parecido com búfalo que já de cara me fez pensar em um animal com chifres e dentes longos e afiados. A partir daí, falando dos livros no geral, gosto de pensar em tudo, desde o desenho da página como projeto gráfico até as surpresas visuais que isso vai trazer com o virar das páginas. Faço alguns rascunhos pequenos e depois enxergo isso em cores. Grúfalo está comemorando 15 anos e é um sucesso mundial. Como foi que ele surgiu? Julia: Na minha cabeça, queria algo que fosse assustador. Antes de ilustrar, visitei algumas escolas, li a história que eu tinha escrito e pedi para que as crianças fizessem desenhos sobre o que ouviam. Era curioso porque, a partir disso, eu entendi que o Grúfalo poderia ser qualquer coisa. Até mesmo um robô ou extra-terrestre, como muitas crianças desenhavam, apesar dos os olhos sempre de cor laranja. Axel: Meu original era mais assustador que o que temos hoje. Mas sempre o enxerguei como um monstro da floresta e com cauda. Jamais como outra criatura. Qual o papel dos livros na infância de vocês? Julia: Eu cresci em uma casa onde as pessoas contavam histórias e tocavam muita música. As rimas estavam presentes o tempo todo, até porque venho de uma família grande, com avós e tios que moravam no mesmo lugar. Sabíamos muitas rimas, decorávamos isso na escola e em casa. Axel: Eu gostava de algumas histórias, como Mickey Mouse, mas não tenho uma memória muito grande sobre o que e como líamos em casa, diferente da Julia. Quais os desafios de criar livros para crianças? Vocês pensam, de alguma forma e enquanto criam, na infância de vocês? Julia: Pra ser sincera, não penso muito nisso. Eu simplesmente crio histórias e espero que as crianças gostem. Às vezes elas são para os pequenos, em outras para os maiores. Claro que pensamos na linguagem, no que os leitores podem entender, mas também gosto muito de usar palavras que podem ser novas para que eles aprendam com isso. Axel: Não penso na criança que fui, mas em como os leitores recebem isso, normalmente com os pais. Sabemos que os livros ilustrados são compartilhados e os pais gostam muito das nossas histórias. Eles leem e admiram as imagens tanto quanto as crianças. Acho que esse é o maior sucesso do Grúfalo! Clique aqui e saiba mais sobre esse querido monstro!
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