"Coelhos Lunares", "Aquarela", "Escola de Monstros Madame Mo". A autora Janaina Tokitaka brinca com imagens e palavras por aqui já faz um tempo. Mas, desta vez, a história é outra. Para lançar o novo selo da Brinque-Book (o Escarlate, voltado ao público juvenil), Janaina mergulha na literatura e nos apresenta uma trilogia: Árvore.
O primeiro livro,
Entrecaminhos, foi lançado recentemente e abriu espaço para mais uma novidade - ele é o primeiro título da Brinque-Book disponível também na versão digital.
Na fantasia, a tímida Sofia passa as férias de verão com seu avô Nicolau, num casarão escondido no meio de um bosque, cheio de livros e histórias. Acontece que esse refúgio fica ameaçado quando Nicolau adoece subitamente. Desesperada para encontrar uma cura para o avô, ela se embrenha pela casa até descobrir uma passagem secreta que a leva para o mundo de Entrecaminhos, um lugar fantástico. É quando a saga começa.
O livro revela vários temas, entre eles o amadurecimento tão necessário para enfrentar qualquer mudança. Quem fala mais sobre isso é a própria autora, na entrevista para o blog da Brinque-Book.
Brinque-Book: Como veio a vontade de escrever ficção juvenil depois de tantos livros ilustrados?
Janaina Tokitaka: Na verdade, sempre tive vontade de escrever fantasia para o público juvenil. É um gênero literário que gosto muito, um dos meus preferidos. Tinha dez anos de idade quando descobri J.R R Tolkien e C.S Lewis, e desde então sou completamente fascinada por autores que constroem universos paralelos e criam personagens mágicos e estranhos. Penso que este tipo de história é muito envolvente e, por isso, acompanha o leitor mesmo depois do livro já ter sido fechado há algum tempo. Acho que esta é uma das melhores sensações que a literatura pode proporcionar!
E como foi o processo criativo? Muito diferente dos outros livros?
Quem pensa que inventar histórias é fácil está redondamente enganado. Seja em forma de texto ou de imagem, sempre rola muito suor. Neste livro, tive que me preocupar com o destino de muitos personagens ao mesmo tempo, tomando cuidado para não ser incoerente em nenhum momento. Ainda bem que tive ajuda de alguns leitores e dos meus queridos editores! As críticas e sugestões foram muito valiosas para que eu pudesse construir a melhor história possível.
Tem alguma coisa ligada a você no enredo ou nos personagens?
Claro que coloquei um pouco da minha própria personalidade na protagonista Sofia, mas tomei cuidado para que ela tivesse voz própria e que não se tornasse um simples espelho da autora. Assim como Sofia, eu também sou uma leitora voraz, um pouco reservada e excessivamente preocupada com meus amigos e minha família. Ao mesmo tempo, costumo agir impulsivamente como o cigano Dimitri! Meu avô, a quem dedico o livro e que faleceu quando eu ainda era menina, possuía uma biblioteca fantástica e inspirou o personagem Nicolau.
Por que uma trilogia?
Pensei que seria o formato ideal para contar esta história, especificamente. Dividir a narrativa em três livros me permitiu apresentar os personagens, desenvolvê-los e terminar de contar os acontecimentos sem pressa. Trilogias são uma formas clássica para fantasia, não é a toa que tantos filmes e livros do gênero a utilizem.
Você já escreveu os outros livros de Árvore?
Sim, já estão todos prontos! Os leitores não vão ter que esperar muito para descobrir o que, afinal, vai acontecer com Sofia e Nicolau.
Quanto tempo você dedicou a este livro?
Dediquei pouco mais de um ano para o longo processo de escrever, apagar trechos, reescrever, etc.
O que você gostaria de que os leitores da trilogia sentissem ao ler os livros?
Gostaria que eles se sentissem no lugar de Sofia, vibrando com as conquistas e descobertas da personagem, duvidando das decisões da menina, com medo dos desafios... Como se eles mesmos, leitores, pudessem habitar aquele universo por alguns instantes.
Como é lançar o primeiro livro do novo selo de ficção infantojuvenil da Brinque-Book, o Escarlate?
É uma responsabilidade imensa, mas acho que o livro tem tudo a ver com a linha editorial da Brinque-Book. Acredito que o leitor que curte os livros ilustrados, mas já têm vontade de ler uma história mais complexa, vai encontrar o que precisa nesta trilogia.
Você já viu como ficou a versão digital do livro? Acha que os leitores a partir de oito anos vão curtir?
Vão sim, ficou muito bacana! Não perde em nada para o impresso. Eu mesma gosto muito de e-books, principalmente para ler em viagens.
Gostou da conversa que tivemos com a autora Janaina Tokitaka?
Você também pode aproveitar para ler um trecho do primeiro livro aqui.
Boa leitura!