Um papo sobre literatura, criança e humor

23/12/2016

As experiências cotidianas, um parente chato ou um chamado para criar uma história: tudo pode ficar engraçado se narrado pelas escritoras Índigo e Maria Amália Camargo, que abrem na seção Curto-circuito uma conversa sobre humor, quase um jeito de ver o mundo.

Formada em Letras, Maria Amália Camargo teve seu primeiro contato com o universo das crianças quando foi trabalhar no Museu de Arte Contemporânea da USP, onde recebia escolas e era monitora das exposições. Descobriu ali que queria trabalhar com esse público. Já estava quase rasgando o diploma quando decidiu escrever para crianças. Hoje, com dez anos de trajetória e quinze livros publicados, escreve sempre pensando na criança que foi.

O cotidiano de Maria Amália é um prato cheio para suas histórias cheias de humor. Foi assim que surgiu a ideia de transformar um vizinho implicante em personagem do livro Meu vizinho é chato pra cachorro, com as divertidas ilustrações de Silvana Rando. “O bom da gente ser escritora é que consegue se vingar das pessoas usando um pouco de humor”, conta.

Índigo estreou no mercado editorial com o livro Saga animal, em 2001. Na época escrevia contos na internet. “Um dia comecei uma história que não era um conto”, lembra Índigo, que foi deixando a profissão na publicidade e se dedicando cada vez mais à escrita literária. Autora de vinte e três livros, também escreve roteiros para séries de animação.

Uma pulga e um ácaro são protagonistas de As aventuras de Glauber e Hilda, um dos livros de Índigo, que adora histórias de amor, mas nunca se aventurou a escrever uma entre personagens humanos. Mas não é que criou uma história romântica (e muito engraçada) entre um ácaro e uma pulga? “Com humanos, sempre caía numa coisa muito cafona”, brinca.

Confira no vídeo como o humor se revela na obra (e na vida) das autoras.

 

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