Dois grupos de meninos e uma batalha ferrenha por um terreno baldio, o grund. Mas não é só um pedaço de chão que está em jogo na guerra de Nemecsek e os membros da Sociedade do Betume contra Chico Áts, líder dos camisas-vermelhas. Em Os meninos da rua Paulo, clássico juvenil de Ferenc Molnár (1878-1952), a disputa é pelo território da infância – e também pelos “terrenos livres da fantasia”.
Essa é a leitura do editor Luiz Schwarcz para o romance, publicado pela primeira vez em 1907, na Hungria, terra natal de seu pai, que o presenteou com a história na infância. Tamanha importância da obra na sua experiência leitora fez com que decidisse assinar excepcionalmente a orelha do romance, mesmo sendo contra que editores apareçam em livros de publicação própria.
Já o escritor Michel Laub descobriu na escola, aos 13 anos, essa história que traz questões como lealdade e traição, heroísmo e covardia, rivalidade e inveja. “Eu já lia muito por minha conta, mas as leituras do colégio eram chatas. Foi o primeiro livro que um professor deu no colégio e eu li com prazer”, conta o autor de O tribunal da quinta-feira.
No vídeo a seguir, os dois conversam sobre a obra traduzida por Paulo Rónai, comparam as leituras na infância e na vida adulta e apresentam trechos de destaque do livro.
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